Inicia floração da soja no RS
O plantio da soja no Rio Grande do Sul alcançou na semana 94% do total da intenção de plantio, que é de 5.978.967 hectares para esta safra 2019/2020. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado quinta-feira (19) pela Emater/RS-Ascar, em convênio com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a cultura apresenta 97% das áreas na fase de desenvolvimento vegetativo e 3% em floração.
Na região Norte, que corresponde a um terço das áreas cultivadas com soja, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, com algumas áreas com restrição do crescimento devido à baixa umidade no solo. As altas temperaturas têm provocando lesões de escaldadura nas plântulas recém-germinadas e o consequente tombamento fisiológico, reduzindo o estande da cultura. Tem sido observada reduzida incidência de pragas. Os produtores seguem realizando o controle de plantas invasoras e, devido às condições do tempo não adequadas, iniciam lentamente os tratamentos fúngicos. Na região de Erechim, a semeadura da soja foi concluída e as lavouras estão 100% na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, apresentando bom aspecto.
Milho
No milho, a implantação da cultura alcançou 92% da área de 777.442 hectares da intenção de plantio no Estado para esta safra. Das lavouras implantadas, 32% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 20% em floração, 42% em enchimento de grãos e 6% em maturação. Na Regional de Santa Rosa, 2% das lavouras já foram colhidas. No geral, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, boa aparência e baixo índice de ataque de pragas e de incidência de doenças.
O milho silagem na Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen apresenta 10% das lavouras na fase de floração, 30% em enchimento de grãos, 20% em maturação e 40% já foram colhidos. Em geral, as lavouras seguem apresentando bom desenvolvimento e estado fitossanitário. Já na região de Pelotas, as lavouras paralisaram o desenvolvimento devido ao efeito das condições de tempo seco, intensa insolação e temperaturas elevadas (36°C), evidenciando murchamento das plantas nas horas mais quentes do dia. As chuvas ocorridas no final de semana possibilitaram o início da recuperação da cultura e também a retomada do preparo de áreas e novos plantios. O milho silagem na lavoura está cotado em R$ 0,17/kg comprador tem que colher e transportar.
Arroz
A cultura do arroz no RS alcançou 99% de implantação da área de 944.549 hectares estimada para esta safra. O tempo favorável em todas as regiões permitiu avanços no preparo do solo e nos plantios. Das lavouras implantadas, 98% estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 2% já estão em floração.
A implantação feijão 1ª safra no RS alcançou 93% da área prevista, estando 28% das lavouras na fase de desenvolvimento vegetativo, 17% em floração, 21% em enchimento de grãos, 22% delas em maturação e 12% já foram colhidas, com excelente qualidade de grão e produtividade média de 1.200 quilos por hectare na região de Santa Rosa.
Olerícolas
Aipim/mandioca – Nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, seguem os trabalhos de limpeza das lavouras. Nas maiores áreas de cultivo, a limpeza é realizada quimicamente, e nas lavouras para consumo familiar, através da capina manual. A mandioca implantada no ano anterior apresenta cozimento de razoável a bom. O preço para o produto vendido com casca é de R$ 1,00/kg e, descascado, a R$ 3,00/kg na feira do produtor.
Cebola – Na Regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, os dias ensolarados e a escassez de chuvas anteciparam a colheita da safra, já se encaminhando para o terço final. Bulbos demonstram boa sanidade, bem completos e com as capas externas maturadas, porém, o calibre está bem abaixo do esperado e do potencial produtivo. O produto está sendo armazenado nos galpões para cura. No entanto, parcela bem acima da média dessa produção está sendo ofertada ao mercado, impactando no preço. A cotação continua em queda, chegando a R$ 0,50/kg para bulbos toaletados, mas não classificados e nem embalados.
Na região Sul do Estado, segue a colheita das cultivares precoces de cebola, atualmente em 35% da safra, devendo se intensificar nas próximas semanas. Destaque para Rio Grande, onde a colheita avançou em 60% da área. A fase predominante é de tombamento e cura a campo. Em Herval, áreas destinadas à produção de sementes estão em plena floração. O preço pago ao produtor para cebola tipo 3 variou de R$ 0,50 a R$ 0,70/kg.
Frutícolas
Pêssego – Na região Sul, segue a colheita, já concluída em 55% da área. A frutificação é desuniforme e a produção será menor nessa safra, ficando entre 35 e 37 mil toneladas. Seguem os tratamentos fitossanitários para manejo da mosca-da-fruta e podridão parda. O preço pago ao produtor para a fruta de mesa reduziu, chegando entre R$ 1,50 e R$ 2,00/kg, variando em razão da qualidade.
Morango – Na Regional de Soledade, a cultura das variedades de dias neutros segue em fase de floração e frutificação. O tempo bom da semana proporcionou a melhoria da qualidade do produto e da produtividade, além de reduzir problemas de doenças. No entanto, surgem pragas típicas de períodos secos, como o ácaro. A comercialização segue boa, e nesse período de final de ano a procura pelo produto aumenta. Há boa oferta de morango, além de boa qualidade.
Melão – Na Regional de Santa Rosa, as lavouras comerciais de melão estão em plena colheita e comercialização, com preço de venda a R$ 3,00/kg. Já na Regional de Porto Alegre, segue a colheita, estimada em 70% da área total de 80 hectares. O preço médio do quilo do melão gaúcho é de R$ 2,77.
Pastagens e criações
Os campos nativos gaúchos e as pastagens cultivadas perenes de verão apresentam no geral uma boa produção de massa verde. Em alguns locais, o clima mais seco das duas últimas semanas ocasionou redução no crescimento dos pastos naturais e cultivados. As pastagens cultivadas anuais de verão estão menos desenvolvidas e, em vários locais, o nível mais baixo de umidade do solo atrasa ainda mais o desenvolvimento.
Bovinocultura de corte – Em todo o Estado, os rebanhos bovinos de corte estão em boas condições corporais e sanitárias. No manejo sanitário, são intensificados os controles de verminoses e ectoparasitoses causadas por carrapatos e moscas. No manejo reprodutivo, já está em andamento em muitas propriedades o período de monta e/ou de inseminação artificial.
Ovinocultura – Nas diversas regiões do RS, os rebanhos ovinos apresentam bom estado corporal. O estado sanitário também é bom. O clima mais seco favorece o controle das parasitoses e das afecções dos cascos. Os criadores que adotam o encarneiramento a partir de janeiro realizam a seleção e o preparo de reprodutores e reprodutoras. Além da qualidade genética, têm especial atenção as condições nutricionais em ambos os sexos. Entre os criadores que têm condições, são realizados os exames andrológicos nos machos. Os cordeiros destinados ao abate estão em período de engorda. A temporada de esquila se aproxima do final.
Piscicultura – Em consequência da baixa ocorrência de chuvas, houve diminuição do volume de água dos açudes em vários locais, mas sem afetar o desenvolvimento dos peixes, que com temperaturas mais elevadas se alimentam com mais intensidade. Uma grande quantidade de açudes e tanques está em período de povoamento e repovoamento. Na região da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, em Ubiretama, dentro de um programa municipal de incentivo à piscicultura, foram concluídas as etapas de construção e povoamento de vários microaçudes.
Pesca Artesanal – Durante a semana, na região de Porto Alegre, a pesca artesanal em águas marinhas, em suas diversas modalidades de captura, manteve uma produtividade abaixo do esperado. Nas regiões de Santa Rosa e Pelotas, continua até o final de janeiro o período de defeso nas bacias do Rio Uruguai e das lagoas Mirim e Mangueira.