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Pelotas tem o menor índice de reajuste nas passagens do RS

Tribunal de Contas do Estado constata que Pelotas praticou, entre os 88 municípios diagnosticados, os mais baixos reajustes no transporte público de 2015 a 2019

Pelotas alcançou o menor índice de reajustes de tarifas do transporte coletivo urbano nos últimos quatro anos (de 2015 a 2019), conforme levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) envolvendo 88 cidades. No período, a elevação das passagens no município foi de 34,55%, enquanto que, em outras localidades, ultrapassou a marca dos 74%. Em Porto Alegre, por exemplo, a majoração atingiu 44,6%.

“Elencamos como prioridade a qualificação do transporte público. A licitação trouxe mais conforto aos usuários, novos veículos, integração tarifária, mais qualidade para todo o sistema e, sobretudo, o controle total sobre as planilhas”, diz a prefeita Paula Mascarenhas.
Na interpretação da prefeita, o importante é conseguir o objetivo de todo o gestor: “o equilíbrio entre o interesse do cidadão e a sustentabilidade do sistema”. Para Paula, a constatação do estudo realizado pelo Tribunal de Contas comprova “o respeito que temos pelos usuários. Fico muito feliz com o resultado”.

Para a análise do comportamento de variação tarifária de 2015 a 2019, o Tribunal considerou apenas municípios do Rio Grande do Sul com mais de 100 mil habitantes. No Estado, as passagens variam, em 2019, de R$ 4,80 a R$ 3,40, perfazendo a média de R$ 4,12. Pelotas está abaixo da média, praticando valores diferenciados: R$ 4,00 para pagamento em dinheiro e R$ 3,95 para usuários do cartão.

A política do transporte público

A Administração Municipal mantém um departamento específico para tratar do transporte público. “Exercemos, com zelo, pleno controle e acompanhamento do setor. A planilha de custos é clara, aberta e transparente. Desta forma, conseguimos chegar a cálculos que asseguram equilíbrio do Consórcio operador dos serviços e não penalizam os usuários”, informa o secretário de Trânsito e Transporte, Flávio Al-Alam.

A diminuição do uso dos coletivos é um dos fatores apontados pelo TCE para justificar os aumentos de tarifas no Estado. Pelotas enfrenta a situação desde antes de 2015, quando foi licitada a operacionalidade dos serviços de transporte de passageiros na área urbana. Al-Alam comenta que há um cuidado especial, por meio do gerenciamento da quilometragem e dos horários, levando o Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK) a não ser tão baixo quanto a queda de passageiros, evitando forte impacto ao setor.

Ainda para minimizar a possibilidade de redução maior de usuários, a iniciativa da tarifa diferenciada para os 65% de passageiros que possuem cartão, com valor de R$ 0,05 a menos da praticada para o pagante com dinheiro, estimula a fidelidade e o hábito de uso dos ônibus, além de garantir agilidade no embarque e segurança.

Tecnologia é aliada

A modernidade do transporte coletivo de Pelotas também é apontada como fator atrativo para o usuário. “O aplicativo CittaMobi, por exemplo, é moderno, confiável, evita perda de tempo e grandes esperas pelos ônibus nas paradas. O passageiro tem a informação precisa, com segurança, do horário em que o próximo ônibus e o seguinte chegarão ao ponto mais perto”, afirma o secretário.

A padronização da frota, com GPS em todos os ônibus, bilhetagem eletrônica, câmeras de segurança, sistema de acessibilidade e recursos eletrônicos de controle foram conquistas de processo de licitação inédito, com contrato assinado em fevereiro de 2015 e início da operacionalização em 31 de julho de 2016.

À época do então prefeito Eduardo Leite, hoje governador do Estado, a Administração Municipal empreendeu persistência para atingir os objetivos de regular direitos e deveres na área do transporte público. Três licitações não chegaram a termo. No quarto processo, houve êxito, e um consórcio integrado por antigas empresas do transporte urbano (Prati) foi o vencedor do certame. Como resultado vieram as mudanças, e o Município passou a exercer, de fato, controle total sobre o setor.

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