Como apresentar às crianças narrativas de mulheres que fogem do estereótipo mostrado nos contos de fadas? Incomodados com histórias que sempre representam as mulheres como frágeis e dependentes de um príncipe encantado, um grupo de estudantes do 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Alfredo Scherer, de Venâncio Aires, propôs um projeto para mudar o imaginário das crianças, que, desde pequenas, têm contato com histórias de visão preconceituosa. Assim surgiu o projeto “O Protagonismo Feminismo em Histórias Reais Narradas para crianças em um audiolivro – Elas por Elas”, finalista da 5ª edição do Desafio Criativos da Escola.
Após se questionarem sobre como é a vida da mulher contemporânea e quais atitudes poderiam mudar essa percepção para as novas gerações, os alunos desenvolveram um audiolivro, com o intuito de criar referenciais. Para isso, os adolescentes pesquisaram novas bibliografias com foco em mulheres que tivessem obtido sucesso nas suas áreas de atuação. A partir dessas buscas foram selecionadas personagens que tiveram suas histórias produzidas e narradas pelos próprios estudantes, como “Carolina Maria de Jesus ” e “Frida Kahlo “.
Por conta da boa receptividade da ação, os estudantes conseguiram firmar uma parceria com a Secretaria de Educação (SME) da cidade. A publicação foi distribuída por todas as escolas municipais e, em breve, para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O material atingiu cerca de mil pessoas no Brasil e no exterior: foi apresentado durante um evento no Peru, a partir de uma versão traduzida para o espanhol. Com o intuito de seguir multiplicando esses conhecimentos sobre essas e outras mulheres incríveis da história, atualmente os alunos utilizam as redes sociais para receber depoimentos e aproveitaram as férias de julho para se preparar para novos conteúdos e gravações.
Instituto Alana
O Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta em programas que buscam a garantia de condições para a vivência plena da infância. Criado em 1994, é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão “honrar a criança”.