Agosto é o mês de conscientização do câncer de pulmão, doença caracterizada pelo crescimento anormal das células no órgão. “Esse tipo de câncer pode causar falta de ar, em caso de bloqueio de uma via aérea, tosse, escarro com sangramento e dor no tórax. Além disso, o tumor eventualmente pode se espalhar para outras partes do organismo, se tornando um câncer mais avançado”, ressalta o médico William Nassib William Júnior, oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo
O câncer de pulmão também pode levar a sintomas como perda de apetite, emagrecimento e fadiga intensa. “Além disso, quando a doença se espalha para outros locais pode causar sintomas relacionadas ao órgão onde ele se alojou como, por exemplo, uma dor de cabeça se houver metástase cerebral”, afirma William.
Já não é mais segredo que o principal fator de risco para esse tipo de câncer é o tabagismo. O fumante ativo tem um papel importante, pois quanto mais tempo e mais cigarros ele fuma, maior é a chance de desenvolver esse tipo de câncer. A poluição atmosférica também está relacionada a chance aumentada de câncer de pulmão.
“O fumante passivo, aquele que convive com quem fuma, também apresenta um risco maior de desenvolver câncer de pulmão. Porém, quem cessa o tabagismo tem o risco gradualmente reduzido. Não chega a zero, mesmo depois de muitos anos sem fumar, mas diminui muito”, explica o oncologista. Ou seja, a principal maneira de se prevenir contra esse tipo de câncer é mesmo parar de fumar. “Certamente há casos de pacientes com câncer de pulmão que nunca fumaram, por exemplo, mas esse é um número relativamente pequeno e parar de fumar é de fato a principal medida para evitar a doença”, ressalta o oncologista.
Câncer de pulmão e Covid-19
A pandemia também afetou os pacientes com esse tipo de câncer. Estudos apresentados recentemente revelam que os pacientes com câncer de pulmão que se infectam pelo novo coronavírus têm maior chance de desenvolver complicações da Covid-19. “O risco é maior principalmente para aqueles que estão mais debilitados, idosos e que têm câncer de pulmão ativo, ou seja, que estão recebendo quimioterapia. Portanto, esses pacientes devem ter cuidado redobrado e seguir todas as medidas recomendadas para prevenção de infecção pela Covid-19”, afirma o oncologista.
Diagnóstico e tratamento
A detecção precoce do câncer deve ser priorizada e pode ser feita por meio da realização periódica de tomografias de tórax de baixa dosagem, uma vez por ano ou uma vez a cada dois anos naqueles pacientes de alto risco para câncer de pulmão, que são pessoas mais velhas e que têm histórico de tabagismo. “Além disso, pessoas que têm sintomas do câncer de pulmão devem procurar auxílio médico para que o diagnóstico seja feito o mais rapidamente possível. Uma vez identificada uma área anormal no pulmão por meio do exame de imagem, uma biópsia dessa área é realizada para o diagnóstico definitivo do câncer”, explica o médico. Os tratamentos incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo ou imunoterapia ou combinação de dois tratamentos, dependendo de cada paciente.