A Fazenda Corticeira, do Condomínio Rocha Sartori, de Santa Maria (RS), venceu o prêmio Supremacia Genética da raça Brangus concedido pela Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares (ANC), Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) e Embrapa. O anúncio foi realizado na noite desta quinta-feira (3/9) durante live do Dia do Brangus, programação que integra o Seminário Virtual Promebo 2020. O evento contou com mediação da superintendente da ANC, Silvia Freitas, e segue com lives nos dias 8/9 (Angus) e 9/9 (Hereford e Braford), sempre às 19h.
A vitória da propriedade gaúcha veio com o touro de tatuagem 1581, destaque da geração 2018 com índice final de 33,53. Segundo o pecuarista Olavo Sartori, o criatório obteve destaque na lista de touros jovens deste ano, o que confirma o resultado de 30 anos de trabalho. “As avaliações fornecidas pelo Promebo são usadas como ferramenta de seleção do rebanho e dos animais ofertados aos clientes. Nossa seleção é feita com criação a pasto. Os machos são sempre mantidos no grupo contemporâneo até o sobreano no mesmo regime alimentar. Com os dados do Promebo, a propriedade, então, escolhe seus reprodutores”, explica. “Nossos animais são vendidos na propriedade. Os dados do Promebo facilitam que o cliente tome uma decisão sobre qual animal será melhor utilizado no seu sistema produtivo”.
Após a entrega de prêmios, a live seguiu com debate sobre os avanços do Brangus no Brasil. O presidente da Associação Brasileira de Brangus, Ladislau Lancsarics, reforçou o crescimento do Brangus, hoje terceira raça nacional em venda de sêmen. “O Brangus veio para ficar. É uma marca do Brasil”, pontuou. O criador defendeu a adoção de critérios mais objetivos de avaliação, como prevê a remodelação do Promebo, de forma a atender a todo o país e fazer do Brangus a raça do Brasil. “Há muito a crescer. Se a agente organizar um pouquinho, é uma raça que não tem limite”, sinalizou.
Empolgado com os resultados de vendas de 2020 que bateram recordes, Lancsarics defende uma pecuária empresarial com profissionalização da Associação Brasileira de Brangus e dos criatórios. “Estamos tentando organizar a raça para obter um crescimento contínuo”, frisou. Para isso, informa que deu início a um planejamento estratégico para avaliação dos rebanhos de Norte a Sul do Brasil em diferentes biomas, da Bacia Amazônica, ao Cerrado, passando pelo Pampa e Pantanal. O trabalhou ouviu colaboradores e 20% dos associados para indicar os desejos e carências da raça. “A Brangus responde a desafios. Por ter em sua composição a junção do zebuíno com a Angus, é o que o mercado busca”. O resultado do levantamento, indicou ele, é que há muita confiança no potencial da raça, o que, prevê, será evidenciado nos próximos cincos anos.
Entre as novidades que devem trazer um novo status para a Brangus, está a implementação da genômica ainda neste segundo semestre de 2020. O processo, explicou o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Marcos Yokoo, está focado no proveito econômico. “O pecuarista hoje quer saber qual retorno terá. Temos também o Índice Bioeconômico que indica maior rentabilidade do sistema produtivo e o desempenho de característica de carcaça.”
O primeiro Sumário Genômico Brangus, indicou Yokoo, deve ser anunciado em breve. “Essa é a melhor maneira de saber como o animal irá reproduzir, se passará a genética boa que tem para seus filhos. A avaliação genética nada mais é do que falar qual a genética aditiva, o que vai ser passado de pai para filho”, ponderou o pesquisador.
Sobre os investimentos e projetos da raça, Lancsarics lembrou que a pecuária é uma atividade de longo prazo cuja monetização chega a levar 24 meses. “É um ciclo longo e precisamos minimizar a chance de erro em busca de assertividade de acasalamento. A genômica encurta nosso caminho.” Convicto de um resultado promissor à frente, o presidente da Brangus convidou os criadores a aderirem aos programas de avaliação de desempenho da raça e auxiliarem na construção desse futuro promissor.