CIC Caxias: Que tipo de cidade queremos?
Indagação foi feita pelo ex-prefeito de Maringá Silvio Magalhães Barros II, que palestrou na reunião-almoço da CIC desta segunda-feira (19)
“Que tipo de cidade queremos?” O questionamento feito pelo ex-prefeito de Maringá Silvio Magalhães Barros II introduziu pontos do projeto desenhado pelo movimento Mobilização Por Caxias (MobiCaxias) para a Caxias do Sul do futuro: erradicação da pobreza e da fome, saúde e educação de qualidade, água e saneamento básico, empregos e crescimento econômico, inovação, sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas. Barros foi palestrante da reunião-almoço on-line desta segunda-feira (19) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). Ao falar sobre cidades resilientes e de futuro, Barros reiterou a importância estratégica da governança colaborativa. E o trabalho do MobiCaxias, segundo ele, é um exemplo fantástico de como a governança colaborativa pode construir o futuro. “A governança colaborativa é a coisa mais inteligente que uma cidade pode fazer”, sentenciou.
Silvio Barros, que atualmente é consultor em governanças colaborativas, sustentabilidade, gestão pública e turismo, relatou sua contribuição à formação e consolidação do MobiCaxias, ao trazer para a entidade caxiense a experiência vivida enquanto esteve no Conselho de Desenvolvimento de Maringá, em que trabalhou ativamente em parceria com a sociedade organizada da cidade paranaense. “O MobiCaxias mobilizou, de fato, mais de uma centena de lideranças para atuarem em seis grupos de trabalho, desenhando a cidade que a sociedade caxiense deseja para o futuro, preparando isso em ações, projetos, objetivos estratégicos e indicadores”, mencionou. Neste contexto, lembrou, foi produzida uma agenda como contribuição para os candidatos a prefeito. “Este é um trabalho fantástico, e a CIC teve um papel fundamental para que houvesse uma mobilização real e a partir daí construir uma pauta de discussão”, elogiou.
O consultor falou sobre como a governança colaborativa se insere em contextos de crise e as oportunidades que surgem nas situações desafiadoras. “Assistimos, há meses, empresas e organizações mostrando a sua forma de solidariedade e o quanto estão investindo no interesse coletivo e no bem-estar de toda a sociedade. Isto demonstra o que é governança colaborativa”, enfatizou. Para Silvio Barros, muitas das ações que as empresas estão fazendo e pagando para fazer seriam responsabilidade e obrigação do Estado, que “não tem pernas para atender todas as nossas necessidades em circunstâncias normais, que dirá num momento como esse de crise aguda”, completou.
Ao usar este exemplo, o ex-prefeito disse que as empresas e entidades estão se preparando para contribuir, somar esforços com o governo e construir uma sociedade mais resiliente, capaz de suportar estes golpes, se reerguer e seguir adiante. “Mas seguir em qual direção?”, questionou. Segundo ele, justamente em razão desta inquietação é importante que se criem os mecanismos de governança colaborativa, em que a sociedade civil organizada expressa para o Poder Público o seu desejo de futuro, aonde chegar e que cidade quer daqui a 10, 20 anos. Ao Poder Público cabe o papel de executar, a médio e longo prazos, a proposta apresentada, porque ela é legítima e representa o interesse da sociedade.
Silvio Barros abordou também o tema das cidades inteligentes e tecnológicas, as smart cities, que atraem a juventude. “Não existe cidade inteligente sem pessoas inteligentes, em lugar nenhum do mundo. Nossa geração não está familiarizada com as tecnologias da mesma forma que a juventude está”. Para ele, este é o desafio da colaboração, e a governança colaborativa deveria atrair as lideranças jovens nas questões que envolvem a inovação, a tecnologia e a solução de problemas de forma diferenciada, com paradigmas diferenciados.