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Direita, esquerda e esquizofrenia política – Opinião

QUEM IRÁ PRIMEIRO PARA O DIVÃ TRATAR O ESQUIZOFRÊNICO “COMPLEXO DE ANAKIN SKYWALKER” EM 2021? A DIREITA-TORTA-E-PORTA OU A PSEUDO-ESQUERDA?

Por João Darzone
Advogado

conceitos fictícios (?):

“Síndrome ou complexo de Anakin”: equivale a esquizofrenia, uma perturbação mental caracterizada por episódios contínuos ou recorrentes de psicose. Os sintomas mais comuns são alucinações (incluindo ouvir vozes), delírios (convicções falsas) e desorganização do pensamento.

Pseudo-esquerda/direita-torta-e-porta/idiota-útil: termos depreciativos para pessoa percebida como propagandista de uma causa sem compreender completamente os objetivos da causa, e que é cinicamente usado pelos líderes da causa.

Muitos ensinamentos preciosos são contados na saga “Guerra nas Estrelas” que conta a estória da trágica jornada de Anakin Skywalker sua relação com o poder político, (resistência, democracia, império), poder divino (a força) e as escolhas pessoais.

Anakin, em nome de um propósito maior, se corrompeu. Tal como a “esquerda” e “direita” política em São Leopoldo (e no mundo).

Os preceitos filosóficos Jedi/Sith, fazem parte da ficção, mas são baseadas em algumas filosofias existentes. O conceito de “Lado Negro” e “Lado da Luz” pode ser comparado aos conceitos de Ying e Yang do Taoísmo. O ideais de paz, serenidade e equilíbrio encontram similaridade em fundamentos da doutrina islâmica e budista. Alguns nerds mais fanáticos enxergam Osho em Yoda.

A República Galáctica tinha um modelo democrático que era extremamente corrupto devido ao excessivo grau de burocratização das instituições civis. (coincidência?)

Apesar dos efeitos especiais, a grande questão da narrativa de Guerra nas Estrelas, que são as escolhas e suas consequências para as gerações futuras. Ou seja, o preço que os filhos pagam pelas decisões erradas dos seus pais, e o preço que inocentes pagam pela visão torta de seus líderes e seus seguidores fanáticos.

Anakin Skywalker concebido de forma espontânea (sem pai, segundo a mãe) nasceu dotado de grande inteligência e sensibilidade, também tinha o incrível poder de controlar a matéria através da “força”. Mas a vida o tornou um esquizofrênico, a personificação da tragédia humana feita por escolhas (em momentos de perturbação mental) em nome de princípios morais a qualquer preço.

Antes de “cair em desgraça”, Anakin foi o Cavaleiro Jedi mais poderoso da República Galáctica, considerado o Escolhido da Força (Deus?). Suas ações o tornaram reconhecido como um homem sem medo, dadas as suas façanhas nas guerras. Um herói.

Contudo, o trauma da perda trágica da mãe e o medo de não poder salvar sua família pelas continuas ameaças à República, entendeu que a corrupção dos processos democráticos da República Galáctica tornava ineficaz qualquer ação sua, já que as escolhas derivadas do poder político somente protegiam interesses de uma classe privilegiada o grande capital e os próprios políticos.

A República não atendia mais os propósitos de igualdade, fraternidade e liberdade, com isso Anakin vivia o permanente conflito entre agir pelo instinto de querer fazer o bem, e os princípios filosóficos da Ordem Jedi cuja diretriz também eram a proteção da República. Para a Ordem Jedi todas as decisões devem ser feitas através da lógica e não das emoções, buscando sempre buscando o bem comum.

Um Jedi aceita a ordem natural dos fatos, sem intervenção do ciclo, apenas procurando formas de contornar as situações. Um dos aspectos mais interessantes da filosofia Jedi é que eles acreditam que a obsessão pelo futuro ou passado é improdutiva, então eles vivem no aqui e agora.

Claro, aprender com seus erros anteriores é fundamental, assim como ter planos para o amanhã. Mas focar-se demais no que aconteceu – ou pode acontecer – só vai trazer estresse e pensamentos negativos à tona, como exemplo a tensão gerada pelos idiotas-úteis que querem mudar o hino dos gaúchos, ou o medo irracional de virar “jacaré” ao tomar vacina anti-covid.

Já o Código dos Sith expressa sua rejeição a filosofia Jedi, “não há paz, apenas paixão e luxúria”, ou seja, são motivados por sua ambição de poder, pois, os ideais de “paz” dos Jedi, ou a falta de conflito, é um agente de estagnação.

Os Sith enxergam nas guerras, a supremacia do poder e das paixões como fator de progresso, tanto para os indivíduos como para as civilizações. Vivem a crença de que a necessidade de conflito é uma lei natural do universo, e não apenas um pensamento Sith.

Embora alguns indivíduos se virassem para o “lado negro” em prol de um ideal filosófico ou mesmo desejavam exercer seus poderes de forma violenta para fins altruístas, todos Sith acabaram prisioneiros das próprias emoções e contribuíram para destruição do que visavam proteger e ainda se “deformaram” no processo, pois a consequência para quem é movido por paixões sem controle em qualquer aspecto da vida, é a destruição.

Anakin ao sucumbir para o lado “sombrio da Força”, criou equivocadamente a crença de que os fins justificavam os meios, e para demonstrar essa nova postura filosófico-política (entregue, a raiva, a força sem controle, desejo de resultados imediatos sem respeitar o tempo) tornou-se Darth Vader, o Lorde Sombrio dos Sith.

Essa posição o levou a lutar contra seus antigos companheiros, perseguiu os Jedi e quase os extinguiu, Vader adotava sem dó, nem piedade o justiciamento de seus ex-companheiros exatamente como faziam os revolucionários comuno-socialistas/pseudo-esquerdistas.

Qualquer semelhança com a história da revolução russa, cubana ou outras revoluções ditas comuno-socialistas-campesinas, ou a tentativa de governos militaristas e empresas donas de redes sociais controlarem a opinião alheia não é mera coincidência.

Para poder compreender a “Síndrome de Anakin” que acomete no Brasil a pseudo-esquerda (e seus movimentos derivados) e a direita-torta-e-porta, é preciso retroceder no tempo, até 1789.

Segundo ROGER SCRUTON o uso moderno do termo “esquerda” deriva dos Estados Gerais de 1789, na França, quando a nobreza se sentou à direita do rei, e o “Terceiro Estado”, à esquerda.

Terceiro Estado correspondia a mais de 95% da população da França, eram os cortesãos, burgueses, camponeses, criados, comerciantes e demais profissionais que pagavam pesadíssimos impostos para a Coroa Francesa para sustentar o clero e a nobreza que sentavam à direita do rei.

Ou seja, a burguesia que hoje tanto é criticada pelos pseudo-esquerdistas modernos era um dos grupos sociais que combatiam os privilégios estatais e que ajudaram de forma substancial a derrubar regimes absolutistas. Os pequenos comerciantes, empreendedores e profissionais liberais originários na Revolução Francesa eram parte dos “esquerdistas primordiais”, ou “esquerda-raiz”.

A ideia romântica da “esquerda e direita” no sentido clássico segundo SCRUTON seria a identificação de opiniões políticas antagônicas, mas que dependendo da posição da “mesa” o balanço do poder penderia para suavizar poder político e econômico da figura do rei, mantendo o delicado equilíbrio do controle de massas em momentos críticos dos regimes.

As grandes massas sempre foram manipuladas, e induzidas à ideia de que detinham algum poder para influenciar a clemência dos reis, sentando à esquerda do rei, pois, afinal é preciso lembrar que na idade média o “rei”, eram dentre todos os mortais o escolhido para representar, no mundo, a função de delegado dos deuses, era para os povos o árbitro da vida e da morte. Estando sob a mão do “rei”, o destino e a condição de vida de cada um, podendo de acordo com seu bel-prazer conceder a fortuna ou a miséria a qualquer mortal. E, por essa razão os súditos aguentaram as “migalhas” do poder até a vida se tornar insuportável.

Agora, analisando a história da esquerda-raiz com Star Wars, pode-se fazer uma analogia, que os “reis” ao longo dos tempos foram contaminados pela sede de poder (ampliados pela alavancagem de capital na Revolução Industrial), e poder-se-ia dizer que muitos “escolhidos pela força” sucumbiram ao “lado negro”, deixando por várias vezes o “lado da luz” se apagar pela por sua ambição de poder. A história universal é repleta destes ciclos alterando-se em períodos de “luz e trevas” no decorrer dos séculos.

O “lado da luz”, defendido pela Ordem Jedi, cuja filosofia é o equilíbrio, equivale a justa divisão de poder entre os indivíduos, sendo que “O espírito das leis”, publicado em 1748, traz a ideia de três poderes harmônicos e independentes entre si, sendo eles o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Foi Montesquieu que expôs a melhor forma da Separação dos Poderes, tal como se estabelece hoje.

E em termos políticos modernos pós-Revolução Francesa o lado sombrio da força equivale a concentração de poder politico e econômico em uma mão ou pequeno grupo que mantém um exército de miseráveis que dão sustentação ao regime em troca de “migalhas” que no século XXI “migalhas” tem o nome moderno de políticas sociais.

“Migalhas”/Políticas sociais, tornam seus dependentes reféns porque justamente não se criam as condições para saída da situação de miséria e sim uma eterna dependência, um ciclo vicioso que depende da benevolência do poder estatal, que causa em si o temor do sustentado de sofrer aniquilação. Você acha Darth Vader fazia o quê com que não apoiava suas ações em nome do “Império”?

Neste contexto, pode-se afirmar simplificadamente que os grandes movimentos de esquerda, surgiram com objetivo primário (além de derrubar o poder das monarquias) era de contestar a concentração de poder político e econômico na mesma pessoa ou grupo de pessoas. Era preciso colocar “um freio no rei”, ou como em Star Wars era preciso derrotar o “lado negro da força”.

Pode-se tecer um paralelo que a semelhança entre a República Galática e as monarquias da Revolução Industrial tinham muita similaridade no plano econômico pois, ambos modelos se assemelham ao chamado capitalismo clientelista ou capitalismo de compadrio.

O marxismo, (que num primeiro momento representava um ideal de equilíbrio) que surgiu como uma resposta ao capitalismo selvagem gerado pela revolução industrial com aval das monarquias que enriqueciam absurdamente pela concentração colossal de capital, nada mais era do que uma leitura que argumentava que o mercado, nas condições da época, causava maciça transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos, numa relação espúria dos reis (poder político) com seus amigos (poder econômico).

Os movimentos revolucionários de esquerda foram necessários nos séculos XVII, XIX e XX, para que essa ruptura de paradigma de que o poder político e econômico não podem, não devem jamais estarem concentrados em uma única mão ou grupo de mãos, sob pena do uso arbitrário da força do mais forte sobre o mais fraco.

Lord Acton nesta época resumia bem o que representava a concentração de poder de um único homem (ou grupo de pessoas), através da famosa frase “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente, de modo que os grandes homens são quase sempre homens maus”.

Joseph Stiglitz, Thomas Piketty, karl Marx, Michael Sandel, são alguns dos pensadores que definiram um pensamento filosófico de esquerda que os bens deste mundo são injustamente distribuídos e que a culpa não é da natureza humana, mas sim de usurpações praticadas por uma classe dominante que concentra o poder político e econômico, ou que “controla a mão invisível do mercado”.

Em síntese, o nascedouro da filosofia da esquerda era o contraste de oposição ao poder estabelecido, era defender uma nova ordem que traria “libertação” e “justiça social” as vítimas de concentração do poder político e econômico que escravizava os oprimidos.

Note-se que não há como não ser seduzido pelos mantras esquerdistas se a linha de pensamento clássica for apresentada sem a contextualização da tragédia humana que foram as políticas esquerdistas no globo nos últimos 100 anos, pois, é impossível para qualquer indivíduo racional ficar impassível diante da miséria humana, da fome, da guerra da ganância e do uso da força de forma desproporcional.

A esquerda leopoldense, e se considerada a gênese originária nem esquerda é, porque no Vale dos Sinos os movimentos proletários foram artificialmente emulados para abrir espaço para os grandes picaretas da “justiça social” que mais afastam o desenvolvimento social pelos “brados de torcida” nos palanques do que criam que políticas eficazes para o desenvolvimento sustentável, prova disso é que cada vez mais “cérebros” e empreendedores estão abandonando a cidade.

O que existe em São Leopoldo (e no Brasil) é uma pseudo-esquerda que visa apenas um projeto de poder catapultando néscios-míopes artificialmente criados com a imagem de visionários que cujas ações resultam em mais concentração de capital na mãos de poucos, matando aos poucos a liberdade individual.

E, direita em São Leopoldo, assim como no Brasil, não existe há pelo menos 70 anos, pois, ser apoiador de Bolsonaro não é e jamais vai ser sinômimo de direita-conservador-liberal, no máximo cria indivíduos anti-PT-PSOL-PCdoB ou seja é uma direita-torta-e-porta.

Não se admite em qualquer tipo de hipótese que indivíduos conservadores/liberais/“direita raiz” aceitem como possibilidade a existência de um estado-forte-militarista que sempre se corrompe estrangulando qualquer oposição, pois governos fortes sem oposição política inevitavelmente tornam-se verdadeiros “sindicatos do crime” tal como se viu nos governos militares e nas gestões tucano-petistas na América Latina nos últimos 100 anos.

O que se vê no Brasil desde 2012 (ano do primeiro julgamento do mensalão), não foi e não é a derrocada da esquerda por golpe de movimentos radicais de direita e sim a demonstração clara que os atores políticos estavam (sempre estiveram, inclusive no regime militar) organizados pela concepção motriz de conquista, enganação, da exploração dos cidadãos, em prol dos próprios privilégios, como por exemplo o que são no mundo todo e qualquer governo militar e a ditadura comuno-socialista.

Os governos tucano-petistas não foram diferentes dos governos militares brasileiros do século XX, pois seus líderes foram também gestores do “monopólio do crime” que se instalou na máquina pública em larga escala nos vários capítulos de corrupção da história brasileira, pois, a sua “ação-e-omissão” resultou na auto-gestão de escala de mortes colossalmente pelo desvio de dinheiro público, como exemplo o que fizeram Lula e Dilma que ao investir bilhões de reais em estádio superfaturados ao invés de estruturas para saúde e educação que hoje estão faltantes criaram um verdadeiro genocídio.

Uma das lições da era das grandes obras militares, do mensalão petista, do mensalão tucano, e do petrolão é que o “estado-forte brasileiro” pune o roubo privado, mas favorece e isenta de punição seus líderes corruptos sem escrúpulos desviam para seus bolsos vultuosas quantias de dinheiro público, tal como se viu no apartamento de Palocci, adega de Lula, nas bolsas da esposa de Eduardo Cunha, ou no apartamento de Geddel. E se engana quem acha que governos militares estão imunes leia a “A Organização” de Malu Gaspar que as primeiras 100 páginas são esclarecedoras.

Ainda as maldades cometidas por Anakin, em nome da justiça social, se assemelham as barbáries dos regimes socialistas da América Latina e do resto do mundo, sendo que currículo de maldades é farto: traiu e ajudou a destruir a Ordem da qual fazia parte, decepou a mão do próprio filho em combate, cortou pela metade o corpo de seu já idoso ex-mestre, chacinou a sangue-frio uma tribo inteira de beduínos, por mero capricho assassinou subalternos incompetentes, não teve escrúpulos em testar o perigoso procedimento de congelar um ser humano vivo em carbonita, usou sua influência política para espalhar o terror pela galáxia etc, etc e etc.

Agora perceba que os militantes do militarismo e socialismo/comunismo que sofrem do “complexo de Anakin Skywalker” , pois tal qual Darth Vader ignoram o mal que fizeram no globo terrestre em nome da justiça social: mataram 70 milhões de pessoas na China, mais de 20 milhões de pessoas na União Soviética (e isso sem incluir os aproximadamente 5 milhões de ucranianos), e exterminaram um terço (33%) da população do Camboja. No total, os regimes militares e socialistas/comunistas assassinaram aproximadamente 110 milhões de pessoas de 1917 a 1987.

Adicionalmente, os comunistas escravizaram a população de nações inteiras, como Rússia, Vietnã, China, Leste Europeu, Coréia do Norte, Cuba, Venezuela e boa parte da Ásia Central. Eles arruinaram as vidas de mais de um bilhão de pessoas.

A grande verdade não dita pelos analistas políticos brasileiros é que em termos filosóficos o antagonismo “direita-esquerda” pós-Revolução Francesa tem mesma lógica da indagação se “quem veio primeiro foi o ovo ou a galinha?”

Definiu-se maliciosamente que movimentos de direita ou conservadores são genuinamente formados por membros da nobreza que sentavam à direita do rei que visam unicamente conservar um estado de coisas que beneficiam os mais ricos. Nada mais falho, nada mais mentiroso que isso.

A grande falha, deste antagonismo clássico é que nos últimos 70 anos no Brasil a definição dos campos políticos “direita-esquerda” pressupõe-se que a “direita” é o oposto da esquerda, ou seja, que os valores conservadores-liberais tenderiam ao retrocesso, para que “conservasse” a concentração de “poder político e econômico” em uma única “mão”, associou-se a falsamente que conservador ou conservadorismo seriam indivíduos ou movimentos que teriam objetivo de “manter o estado de coisas”.

O conservadorismo que foi distorcido pelos “estudiosos” historiadores brasileiros, nada mais é do que uma política de costumes, compromissos e a associação política deve (ria) ser vista do mesmo modo que uma amizade: não possui propósito dominante, mudando dia após dia, de acordo com a lógica imprevisível das conversas, não há de fato na matriz do movimento conservador uma “organicidade”.

O conservadorismo é um pensamento político que defende a manutenção das instituições sociais tradicionais – como a família, a comunidade local e a religião -, além dos usos, costumes, tradições e convenções. Lembra as avós não?

Em suma, provavelmente, se o leitor tem mais de 50 anos não deve ter visto sua avó, ou suas tias, sendo ativistas de movimentos políticos desestabilizadores do establishment, e sim trabalhando em quermesses em prol da comunidade local com o fito de integrar a comunidade e assim criar um ambiente de estabilidade social.

Isto é perceptível no Rio Grande do Sul até mesmo na arquitetura urbanística do interior onde os centros urbanos eram integrados de forma a estimular a reunião entre os munícipes, algo totalmente desnaturado em São Leopoldo nos últimos 20 anos. Vide praças, chimarródromos, festas locais, etc.

Note que a própria comunidade leopoldense reclama por conservar a arquitetura de São Leopoldo que se desnaturou de suas raízes, a começar da sede da Prefeitura que hoje é um prédio sem graça e sem menor personalidade que se mais justificou pelo ego do Prefeito Vanazzi do que respeito a história local de tradição alemã em torno do Rio dos Sinos. Custava fazer uma fachadinha que remetesse as origens ancestrais leopoldenses?

Essa “presepada” arquitetônica que é o paço municipal capilé é proposital, visa apagar das gerações futuras qualquer resquício de ideal conservador dos imigrantes originais, pois, o PT e seus partidos satélites historicamente adoram gastar dinheiro público para criar suas próprias marcas temporais, mas que geralmente não duram, pois, são quase sempre obras de péssima qualidade.

É importante entender que o conservadorismo não é um conjunto de ideias políticas definidas, pois os valores conservadores variam enormemente de acordo com os lugares e com o tempo. Por exemplo, conservadores leopoldenses, hamburguenses, porto-alegrenses, uruguaianenses, caxienses podem defender conjuntos de ideias e valores bastante diferentes, mas que estão sempre de acordo as tradições de suas respectivas sociedades locais (ou estavam).

Pode-se afirmar que tanto direita (conservadorismo) e esquerda tem em seu DNA originário propostas de justiça social muito semelhantes.

Porém, a forma que se combate à desigualdade social é que esquerda e direita (conservadorismo) se diferem.

A natureza contraditória das utopias comuno-socialistas ou militaristas é uma explicação para a violência envolvida na tentativa de impô-las: é necessária uma força infinita para obrigar as pessoas a fazerem o impossível abrirem mão da liberdade individual em prol de um coletivo não muito bem delineado.

A incapacidade de Anakin diferenciar a lealdade às instituições políticas da fidelidade ao governante, bem como a ingênua crença nas promessas do Senador Palpatine (que virou Imperador), segundo a qual a concentração do poder político representaria uma melhoria na atuação governamental, ou seja o “complexo de ANAKIN SKYWALKER” que o deformou mental e fisicamente nada mais é do que um complexo de sentimentos (medo, raiva, insegurança, ignorância) motivados por uma visão distorcida de mundo inventada por homens motivados pelo poder, como Palpatine, ou qualquer líder populista.

A “esquerda” brasileira desde os anos 60 do (século XX) perdeu totalmente a visão da realidade pelo alto grau de comprometimento mental pela doença “SINDROME DE ANAKIN” delirante pelas em teorias igualitárias que soam bonitas e humanistas para os mais ingênuos mas como não é mais capaz de fazer uma autocrítica das suas ações nefastas na humanidade e perdeu-se dos seus objetivos originais, que era de fazer o contraponto a catastrófica concentração de poder político e econômico nas mesmas mãos.

Perceba-se que a tendência de impor suas verdades na marra sem sequer dar direito a contra argumentação tornou-se pratica comum para qualquer esquerdista, pois, são incapazes de absorver as informações advindas de argumentos contrários, já que suas vinculações ideológicas são puramente emocionais, tal qual os “Sith”.

No Brasil é ainda pior, a pseudo-esquerdas seus líderes políticos, e a que recém nascida direita-cadeirante-cega-e-surda, também sofrem do mesmo “Complexo de Anakin Skywalker”, pois, que se vê é um debate de baixo calão que nada tem a ver com a esquerda marxista ou direita conservadora original.

Nos casos das ditaduras com Cuba, China, Venezuela, Coreia do Norte, poderia dizer que os lideres e seus apoiadores também sucumbiram ao lado negro da força tal qual Anakin, pois, todos os eles acreditaram nas “promessas de Palpatine”, segundo a qual a manutenção da estabilidade da ordem política externa dependeria necessariamente da ampliação dos poderes estatais, se assemelha ao que o filósofo Eric Voegelin (1901-1985), descreveu ao analisar a ascensão do nacional-socialismo. (VOEGELIN, Eric. Hitler e os Alemães. Intr. e Ed. Detlev Clemens e Brendan Purcell; Trad. Elpídio Mário Dantas Fonseca. São Paulo: É Realizações, 2007. p. 143- 48.)

Nas alianças políticas de pseudo-esquerda/ direita-cadeirante-cega-e-surda, assim como na seita Sith, pesa sobre o pescoço de seus militantes o medo do julgamento de seus pares politícos, pois, a diretriz primária é de que todos “os meios justificam, os fins” em nome da “justiça social”, como quer que seja definida.

Por essas razões em São Leopoldo é possível afirmar que não existe movimento de esquerda ou de direita, sendo que na verdade o que existe são torcedores políticos com posição social em cargos políticos, tanto no setor público como no setor privado. Isso para ser gentil, pois, há quem defina de forma mais categórica que: são idiotas úteis sem noção do que fazem ou do que dizem, indivíduos que só reagem emocionalmente ao movimento de arena influenciado por gritos turbinados pela irracionalidade momentânea coletiva.

São incapazes de perceber as contradições dos lideres “esquerdistas” e “direitistas”, simplesmente alimentam sentimentos primitivos de aniquilação do outro, sem dar mínimo espaço a razão de um debate franco, aberto e racional sobre um estado de coisas da comunidade local, desprezando o mantra mais poderoso de qualquer democracia que se constrói em pilares de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência em prol da dignidade humana de qualquer cidadão através da distribuição de poder político e liberdade econômica.

Note que na história recente do Brasil as políticas tucano-petistas, em que pesem muitas serem progressistas no aspecto econômico, quando desnudaram-se os “reis” pelo mensalão e petrolão, ficou mais do evidente que no Brasil a maioria dos políticos brasileiros como Lula, Aécio Neves, José Serra, Dilma, eram meros “estafetas” de empreiteiras e do grande capital especulativo do sistema financeiro nacional, gerando ao longo das décadas mais concentração de capital na mão de poucos.

Nada mais contraditório que a esquerda brasileira/leopoldense que criem as ações que fortaleçam uma cada vez mais poderosa concentração de renda nas mãos de poucos, o oposto da “esquerda original”.

Se a gênese da esquerda é o combate a opressão do mais forte sobre os mais fracos, como se justifica por exemplo que as políticas do Prefeito Vanazzi e sua tropa de apoiadores ditos esquerdistas enalteçam a grande concentração capital gerada pelo lockdown?

Basta ver que o retorno de ICMS em 2020 foi anabolizado em mais de 12% em relação a 2019, festejado pelo governo municipal nada mais foi do que o resultado da concentração de capital em razão das severas restrições impostas aos pequenos e médios empreendedores que não tiveram tempo de adequar-se as regras sanitárias exigidas ao combate da pandemia.

Tal festejar da pseudo-esquerda leopoldense equivale a uma macabra dança sobre os “túmulos dos pequenos CNPs” vítimas do covid-19, uma comemoração completamente fora do ideário marxista original que visava acima de tudo “empoderar” o proletariado e pequenos comerciantes da fúria desmedida da selvagem concentração de renda da “classe dominante”.

A prova descarada que Vanazzi e sua gestão não são de esquerda e sim um meros estafetas a serviço da concentração de capital é que a medida mais sensata para gerenciar a crise covid-19, dentro do ideário esquerdista original, seria a criação emergencial de uma rede colaborativa em forma de cooperativa entre os pequenos comerciantes e prestadores de serviço para proteção dos pequenos negócios e que são os grandes empregadores do município de São Leopoldo.

Alguém já viu tamanha mão-de-ferro movida contra os pequenos empreendedores ser lançada contra os grandes negócios? Alguém já viu Vanazzi com o mesmo entusiasmo visto na inauguração da expansão da poderosa TAURUS ou da STHIL, na inauguração de uma pequena pizzaria de bairro ou do centro de São Leopoldo para empoderar o pequeno?

O poder dentro da esquerda brasileira e leopoldense, ele é exercido em nome dos interesses de algum agente dominante, não tenha dúvidas, pois, não há nas ações de gestão pública local politicas integrativas e que desenvolvam uma comunidade visam a desconcentração de poder político e econômico tal como preconizado pela esquerda original.

A percepção clara depois de analisada o estágio atual dos movimentos políticos representados pela pseudo-esquerda e direita-torta-e-porta é que todos precisam de um divã. Urgente.

É preciso que ambos os lados façam uma reflexão, pois a realidade que se vê atual é a exata repetição do roteiro de Guerra nas Estrelas, pois no afã do mútuo aniquilamento está cada vez mais rápido e inevitável avanço do obscurantismo dos “Sith” sobre a República, em que a democracia, através de manipulações no Senado Galático (vide decisões STF, Congresso, grandes capitalistas, empresas Big Tech privadas), vai sendo substituída por um ditadura, sem que ninguém perceba, até ser tarde demais.

Curiosamente, a história de Darth Vader, tal como Lula, Aécio Neves, Dilma Roussef, José Serra, Eduardo Cunha, Marcelo Odebrecht e tantos outros apesar de todo seu poder e glória, são, na verdade, a trajetória de perdedores que simplesmente não trataram sua esquizofrenia, logo há tempo para essa turma da pseudo-esquerda e a direita-torta-e-porta se tratar antes que seja tarde demais.

Em seus delírios Anakin Skywalker não acordava todos os dias querendo destruir a galáxia. Não. Ele acordava todo dia acreditando que precisava salvá-la.

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