“23 de fevereiro é o pior dia desde o início da pandemia”, diz prefeito de Caxias do Sul
Definição é do prefeito Adiló Didomenico após o brusco aumento de novos casos da covid-19 nos últimos dias
Em coletiva virtual à imprensa, na manhã desta terça-feira (23), após reunião do Gabinete de Crise, o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, reforçou o apelo para que a comunidade se conscientize da gravidade do momento atual em função da rápida velocidade transmissão do coronavírus nos últimos dias. O chefe do Executivo chamou a atenção para o descaso com que uma minoria da população tem tratado a pandemia, circulando de forma, até mesmo irresponsável, como se a situação fosse de normalidade. “Podemos definir o dia 23 de fevereiro como o pior da pandemia, na cidade, desde seu início em março passado”, afirmou, reforçando como cruciais para reduzir a circulação do vírus a adoção, como regra para todos, do uso da máscara, do distanciamento social e de medidas frequentes de higienização.
A definição como pior dia teve origem na informação repassada durante a reunião do Gabinete de Crise, pela secretária da Saúde, Daniele Meneguzzi, de que a cidade tinha alcançado, pela manhã, ocupação de 100% dos leitos de UTI na rede pública, índice que se altera de forma dinâmica ao longo dos dias. “Nunca tínhamos chegado a este nível. Isto deixa claro como é importante a conscientização de todos”, reforçou o prefeito.
Acompanhado do diretor de fiscalização da Secretaria de Urbanismo, Rodrigo Lazarotto, o prefeito explicou que o Município seguirá as novas determinações do decreto estadual, que impôs bandeira preta para a Serra, e o regramento da cogestão regional. Dentre as medidas no decreto municipal publicado nesta manhã está a liberação de aulas presenciais para a educação infantil e para o primeiro e segundo anos do ensino fundamental. Os demais níveis deverão ter somente conteúdos remotos. Na educação, o governo do Estado não permitiu o uso da cogestão.
Em relação a pubs, bares, restaurantes e congêneres, que não podem operar das 20h às 5h, o Gabinete de Crise também tornou mais restrita a ocupação. Além do limite de 25% do previsto no PPCI, também está fixado o teto máximo de 70 pessoas. Ainda está determinado que, após 20h, os estabelecimentos somente poderão operar por meio de delivery, sem restrição para fechamento.
Lazarotto comentou que haverá incremento na fiscalização, com atuação diária, visando ao cumprimento das novas determinações. Na manhã desta quarta, os gestores dos organismos de fiscalização estarão reunidos para definir o plano de ação, atendendo a orientação do governo do Estado, que cobrou atuação mais rigorosa.
O prefeito reforçou a preocupação com a pandemia a partir da constatação de uma mudança no perfil dos pacientes contaminados. Dados apurados pela Secretaria Municipal da Saúde apontam para a juvenilização dos novos pacientes, que também não apresentam comorbidades. “Estamos detectando que o contágio está se dando nos núcleos familiares e não nas empresas. Jovens que saem para se divertir estão levando o vírus para os seus lares, contaminando familiares, com idades entre 40 a 50 anos. Ainda não se tem evidência clara, mas a tendência é que esteja ocorrendo adoecimento por nova cepa do vírus”, alertou.