Os atendimentos do primeiro Centro de Referência ao Imigrante de Porto Alegre começam nesta segunda-feira, 5, com uma previsão de 450 atendimentos ao mês. Com equipe formada por um advogado, um psicólogo, um assistente social, dois mediadores comunitários e um coordenador, o local funcionará na rua dos Andradas, 1643, 4º andar, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h, de segunda a sexta-feira. Os telefones de contato são 3289.2058, 3289.2065, 3289.2067.
O Centro está vinculado à Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. “O Centro de Referência para Imigrantes possibilitará o atendimento de forma planejada e focada nas necessidades dessa população. Permitirá também a construção de novos projetos para promover a inclusão social dos imigrantes e refugiados em Porto Alegre, além de integrar melhor os serviços municipais e federais neste setor”, destaca o secretário Léo Voigt.
A OSC definida para gerir o Centro foi definida por meio de chamamento público. A Organização Social Civil Sempre Mulher – Instituto de Pesquisa e Intervenção sobre Relações Raciais foi a vencedora.
A Sempre Mulher vai disponibilizar as equipes multiprofissionais para o atendimento aos imigrantes e refugiados. O termo de colaboração tem vigência de 12 meses, com um investimento total de R$ 289,9 mil, pago em parcelas mensais de R$ 24.166,25. Os recursos são oriundos de convênio da SMDS com o Ministério da Justiça.
O Rio Grande do Sul é um Estado que historicamente tem fluxo migratório. Nos mais recentes, de venezuelanos, haitianos e senegaleses, o Estado foi um dos mais procurados do país. Na Operação Acolhida, o Rio Grande do Sul foi o terceiro maior receptor de imigrantes venezuelanos interiorizados, quase junto em números com São Paulo e Paraná.
A estimativa é que Porto Alegre abrigue hoje perto de 30 mil imigrantes de todas as etnias. Os novos rostos, como são chamados os que vieram de países que não possuem tradição migratória, são estimados em cerca de 15 mil, sendo senegaleses, haitianos, venezuelanos e alguns vindos de países caribenhos, como os de maior número.
Uma das principais instituições que oferecem acolhimento e auxílio para os migrantes no Estado, o Centro Ítalo-Brasileiro de Assistência e Instrução aos Migrantes (Cibai), possui um Núcleo de Pesquisas em Migração. O pesquisador da instituição, Jurandir Zamberlam, destaca que nos últimos dez anos foram cadastradas na entidade pessoas vindas especialmente do Haiti (35,7%), Uruguai (14,3%), Senegal (9,9%), Argentina (7,7%), Peru (4,9%), Venezuela (3,2%) e Bolívia (1,1%). Para o pesquisador, desde o início da pandemia houve uma ênfase no perfil empreendedor dos imigrantes, especialmente de senegaleses e venezuelanos.