Diminui procura por atendimentos para Covid-19 em Canoas
Nas últimas semanas, Canoas registrou declínio nas internações por Covid-19. Houve queda, ainda, na busca pelos serviços de pronto atendimento (UPAs) dedicados a casos associados ao coronavírus.
Depois de 16 dias com taxa de ocupação igual ou superior a 100%, no mês de março, as unidades de terapia intensiva começaram a registrar queda no número de internações. Ontem (5), o percentual chegou a 82,71%, segundo o boletim epidemiológico, o mais baixo desde 15 de fevereiro. Nesta terça-feira (6), 112 pacientes permaneciam internados nas UTIs Covid, uma taxa de 84,21%. Em 18 de março, o índice chegou a atingir 112,30%.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Maicon Lemos, a diminuição está diretamente relacionada à inauguração de novos leitos de UTI no Hospital Universitário (HU), a partir de 19 de março, e à desaceleração da demanda de internação de pacientes graves.
Em relação às Enfermarias Covid, houve também significativa redução na taxa de ocupação: 62,60%, uma das mais baixas desde o início do ano. Depois de uma queda gradativa nos pacientes à espera de leito, não há registro de fila de espera nos últimos quatro dias.
A ampliação dos leitos em um curto período de tempo foi fator determinante para que o município não enfrentasse uma situação ainda mais crítica. Atualmente, a rede hospitalar opera com 133 leitos de UTI Covid e 246 de Enfermaria. Devido à queda na demanda, a partir desta terça-feira, começam a ser desmobilizados 10 leitos de UTI do Hospital de Pronto Socorro (HPSC), que eram de trauma e tinham sido convertidos para Covid. Na semana passada, já havia ocorrido a desativação de 21 leitos clínicos, também do Plano de Contingência do HPSC.
UPAs Covid
Os reflexos da queda nos indicadores é sentido, ainda, nas unidades de pronto atendimento. Após a superlotação registrada nos primeiros meses do ano, as UPAs Boqueirão e Rio Branco, que recebem, exclusivamente, pacientes com suspeita de Covid-19, seguem com fluxo baixo de atendimento e ocupação das salas vermelhas e amarelas dentro do considerado normal. No final de semana passado, foram 262 e 225 atendimentos, respectivamente, números bem abaixo dos registrados no auge da pandemia em março, quando chegaram a ser realizados em torno do dobro de atendimentos.
Houve diminuição da procura também no Plantão Covid, que funciona aos finais de semana, e nos cinco centros de testagem, que chegaram a registrar 2.984 testes diários. Na segunda-feira (5), foram 1.182 testes realizados.
Canoas segue em alerta
Depois de enfrentar o recrudescimento da pandemia, Canoas vive nas últimas semanas uma diminuição no número de novos casos de contaminação por coronavírus. Dados do boletim epidemiológico desta terça-feira apontam a confirmação de 279 novos infectados, número que chegou a passar de 700 no auge do contágio, no mês de março. Desde o início da pandemia, foram 36.960 casos, com 34.956 recuperados. Ao todo, 1.071 canoenses perderam a vida em decorrência de complicações pela Covid-19.
Entre os fatores que contribuíram para esse novo cenário da Covid-19 no município, estão as medidas de restrição mais rígidas adotadas nas últimas semanas, com diminuição das atividades noturnas, o que refletiu diretamente na diminuição do contágio e da propagação do vírus.
Isso não significa, porém, que a população pode relaxar com os cuidados. As medidas de prevenção seguem fundamentais para frear o contágio, entre as principais: uso adequado da máscara, higienização das mãos com água e sabão, utilização do álcool em gel e distanciamento social. Há preocupação, ainda, com possíveis reflexos do feriado prolongado de Páscoa no sistema de saúde, como ocorreu no período após as festas de final de ano e o Carnaval.