Conscientizar a população sobre o descarte adequado do plástico e, consequentemente, a sua reciclagem e o seu reaproveitamento mesmo após o consumo não é novidade. O problema é que, na maioria das vezes, as pessoas não fazem esse processo simples de forma correta, o que acaba agravando o estado dos resíduos e, consequentemente, prejudicando o meio ambiente. E para combater isso, há governantes que pregam, sem conhecimento, a extinção do material como solução. “A indústria do plástico é essencial. Se acabarmos com o plástico, como vamos entubar um paciente na UTI? E o seu celular, vai deixar de existir? O debate não é sobre extinção, mas sim sobre como diminuir os impactos do plástico mal descartado no meio ambiente. E há várias alternativas para isso”, comenta o presidente do Sinplast-RS (Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS, Gerson Haas, empresário do setor em Novo Hamburgo.
Primeiramente, é necessário que a sociedade saiba que o plástico é um material versátil, moldável, flexível, acessível, durável, reciclável e resistente. E tudo isso faz com que ele desempenhe diversas funções essenciais para a proteção e segurança das pessoas. “O grande problema é que a população faz o descarte do plástico de maneira inadequada. O plástico não é problema, o plástico é solução”, destaca Haas.
Em Porto Alegre, a Prefeitura Municipal intensificou a fiscalização e tem aplicado multas pela coleta considerada irregular por parte de catadores autônomos de resíduos. A penalidade está prevista no Código Municipal de Limpeza Urbana e, desde 2014, existe um entendimento de que “a coleta regular, o transporte e a destinação do resíduo sólido reciclável são de exclusiva competência do Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU”, conforme é mencionado na Lei Complementar Nº 728.
Segundo o coordenador do Comitê Sinplast-RS de Reciclagem, Luiz Henrique Hartmann, há indícios de que o material reciclável virou uma “espécie de ouro” para a sociedade e toda a cadeia que envolve a indústria do plástico está estimulada para recuperar o maior número de resíduo plástico, não só pelo aproveitamento do material, mas porque há monetização ao reciclar o plástico/resíduo seco. “É bem possível que, apesar da pandemia, tenhamos recorde de reciclagem em 2021”, revela. Entretanto, o que os trabalhadores e a população em geral precisam compreender é que o resíduo plástico, além de ser descartado no local correto, necessita passar pela reciclagem apropriada, pois só assim o seu uso pós-consumo terá valor. “Assim como o consumo do plástico precisa ser consciente, seu descarte e reaproveitamento também devem ser”, reforça Haas.
Recentemente, o Sinplast-RS lançou o projeto Repense que tem a proposta de fomentar a reflexão sobre antigas práticas e ideias sob uma nova perspectiva de conhecimento. A iniciativa propõe o debate por meio do diálogo com especialistas e profissionais da indústria do plástico, sempre de forma didática e apresentando informações pertinentes, além de promover ações e eventos em prol do material, reforçando sua importância na sociedade. “Entendemos que também é responsabilidade da indústria educar as pessoas e promover a mudança de crenças sobre tudo o que envolve o universo do plástico e, principalmente, mostrar que o plástico é amigo”, finaliza o presidente do Sinplast-RS. Para acompanhar os debates e conteúdos do Projeto Repense, siga @repenseprojeto no Instagram.