Os dados da pesquisa semanal realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) entre os dias 24 e 27 de maio, com 2.831 gestores municipais, aponta que três em cada quatro municípios mantêm medidas de restrição de circulação ou de atividades econômicas para conter a disseminação da covid-19 nesta semana. Essa é a 10ª edição do levantamento, divulgado sempre às sextas-feiras desde março deste ano.
Os dados também apontam que 783 municípios (28% dos respondentes) ficaram sem vacina no período analisado. Enquanto houve queda da semana passada para esta em relação à falta da segunda dose para completar o esquema vacinal da população, caindo de 795 para 458, a pesquisa constatou o aumento de municípios sem a primeira dose para aplicação no grupo prioritário, saindo de 400 para 478. A vacina produzida pelo Butantan foi apontada por 80% dos gestores que relataram a falta da segunda dose.
O risco de faltar o chamado “kit intubação” tem sido monitorado desde a primeira pesquisa. Em março, esse total era de 1.316 (50% dos respondentes). Nesta semana, o percentual é de 23%.
Além disso, em comparação com as duas semanas anteriores, observou-se o aumento de municípios que apontaram o risco de ficarem sem esses medicamentos para o tratamento de pacientes graves. Ao serem analisados os dados desta semana sobre a falta desses medicamentos por porte dos municípios, pode-se identificar que esse risco atinge especialmente os grandes municípios.
Outro ponto levantado foi em relação à realização de cirurgias eletivas em 2021. Mais de 90% dos respondentes afirmaram que houve a interrupção desses serviços hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, apenas 33% afirmaram que essas cirurgias já foram retomadas.
Também se perguntou se os recursos repassados pelo Ministério da Saúde nesta semana para atenção básica e outras ações em saúde, por meio das Portarias 731 e 894. Para 45% dos gestores, os repasses foram suficientes para atender às demandas municipais. Já 42% afirmaram não ter sido. Outros 12% não responderam.
Profissionais da educação
Nesta edição, a CNM também perguntou se o município havia iniciado a vacinação dos profissionais da área de educação. Segundo 1.372 gestores locais, essa imunização já começou e 1.433 afirmaram ainda não terem iniciado. Para 1.444 (51%) participantes da pesquisa, a vacinação desses profissionais é pré-requisito para a retomada das aulas presenciais.
Gestantes e lactantes
A inclusão de mulheres lactantes que não sejam puérperas (até 45 dias após o parto) também foi abordada na pesquisa. Cerca de 40% dos gestores afirmaram que devem pleitear essa inserção no grupo prioritário de vacinação.
Atualmente, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 (PNO) prevê a vacinação de gestantes e puérperas, condicionada a avaliação clínica. Sobre as gestantes, 63,3% dos municípios pesquisados afirmaram que interromperam a vacinação com qualquer um dos imunizantes após a recomendação da não utilização da Astrazeneca.