ISTs – Projeto Atitude retorna com questionários e exames de HIV, sífilis e hepatites B e C
Estudo para mapear ISTs no Rio Grande do Sul começa testagens em Porto Alegre e na Região Metropolitana
Será retomado neste mês um estudo pioneiro e coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento, para mapear o comportamento, as práticas e os cuidados da população gaúcha em relação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O Projeto Atitude irá percorrer 56 municípios do Rio Grande do Sul. Além de responder a questionamentos, os participantes serão testados para HIV, sífilis e hepatites B e C. A coleta de dados se iniciou em dezembro de 2020 e, devido à pandemia, foi interrompida.
O principal objetivo é identificar os motivos pelos quais o RS aparece em primeiro lugar nos casos de HIV e outras ISTs no país. É a primeira vez que uma pesquisa desse tipo acontece no Brasil. O Projeto Atitude deve entrevistar, ao todo, 8,2 mil pessoas no Rio Grande do Sul e começou pelo sul do Estado, nos municípios de Pelotas e Capão do Leão. Agora, os pesquisadores vão retomar a coleta de dados no próximo dia 22, em Porto Alegre e na Região Metropolitana, seguindo os protocolos de saúde determinados pelo Estado. No decorrer do processo, o estudo se expandirá para todas as regiões do Rio Grande do Sul.
De acordo com a epidemiologista Eliana Wendland, que lidera o projeto, “a estratégia é facilitar o acesso das pessoas aos testes sorológicos. Responder a essas entrevistas é fundamental para identificação de grupos de maior risco e para o desenvolvimento de estratégias de prevenção direcionadas a estas populações”.
Programação
Além de Porto Alegre, outras cidades estão programadas para receber as equipes no dia 22. É o caso de Gravataí, Esteio, Canoas, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Sapucaia do Sul. A iniciativa é desenvolvida em conjunto com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), e conta com a parceria da Secretaria Estadual da Saúde.
As equipes — compostas por entrevistadores e um técnico de enfermagem — foram treinadas, e os profissionais estão identificados com colete e crachá com foto e um QR Code que pode ser scaneado para que as pessoas que estão sendo visitadas tenham a certeza de que a equipe faz parte da pesquisa. Também é possível conferir a identidade dos pesquisadores pelo telefone (51) 3537-8092.
Mortalidade alta no RS
Dados da Secretaria Estadual da Saúde de 2019 indicam que o Rio Grande do Sul apresenta a maior taxa de mortalidade por Aids no país, com nove óbitos por 100 mil habitantes — a média nacional é de 4,8 óbitos. Já a taxa de infecção de HIV em gestantes também é a maior do Brasil, com 9,5 casos para cada mil nascidos vivos — sendo em 2,8 o indicador nacional. O RS tem a segunda maior taxa de detecção de sífilis adquirida no país, com 116 casos por 100 mil habitantes — o indicador nacional é de 58 — e a terceira maior incidência de sífilis congênita em menores de um ano, com 14,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos, quando a taxa brasileira é 8,6.
Municípios participantes da pesquisa:
- Alvorada
- Ametista do Sul
- Antônio Prado
- Arroio do Meio
- Boa Vista do Incra
- Cachoeira do Sul
- Cachoeirinha
- Campos Borges
- Canoas
- Capão do Leão
- Caxias do Sul
- Chuí
- Colorado
- Entre-Ijuís
- Esteio
- Farroupilha
- Flores da Cunha
- Gravataí
- Guabiju
- Guaíba
- Ibirubá
- Ijuí
- Iraí
- Jaguari
- Lajeado
- Maçambará
- Marau
- Morro Redondo
- Nova Pádua
- Nova Prata
- Novo Hamburgo
- Palmeira das Missões
- Panambi
- Passo Fundo
- Pelotas
- Pinhal Grande
- Pinheiro Machado
- Porto Alegre
- Porto Xavier
- Quaraí
- Rio Grande
- Roca Sales
- Sananduva
- Sant’Ana do Livramento
- Santa Cecília do Sul
- Santa Cruz do Sul
- Santa Maria
- São Borja
- São Leopoldo
- Sapucaia do Sul
- Sarandi
- Taquaruçu do Sul
- Uruguaiana
- Vale Verde
- Viamão
- Westfália