Estudo do Hospital Moinhos de Vento recruta pacientes com histórico de AVC hemorrágico e pressão alta

Instituição de Porto Alegre conduz no Brasil o projeto TRIDENT

Por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, conduz no Brasil o projeto TRIDENT (sigla em inglês para “Estudo da Terapia Tripla para Prevenção de Eventos Recorrentes de Doença Cerebral Intraparenquimatosa”) – uma pesquisa internacional coordenada pelo The George Institute for Global Health, na Austrália, e considerada um dos maiores estudos de prevenção secundária de Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico do mundo.

Com o objetivo de fornecer evidências do impacto do tratamento a nível global, é investigada a combinação de medicamentos anti-hipertensivos em uma única pílula para a diminuição da recorrência do AVC hemorrágico, uma das formas mais graves e responsável por 10% das reincidências de AVC no mundo.

Recrutamento

Para participar do estudo, o Hospital Moinhos de Vento está recrutando pacientes com histórico de AVC hemorrágico nos últimos 12 meses que sejam maiores de 18 anos, tenham pressão alta e não possuam doenças relacionadas ao rim e fígado. A estimativa de inclusão global é de 1500 pacientes e o Brasil tem a meta de incluir 150 brasileiros em 11 centros de diversas regiões do país até o final de 2023. Os interessados em participar da pesquisa podem entrar em contato com a Rede Brasil AVC através do número 051 3907-3787.

De acordo com a Dra. Sheila Martins, investigadora principal do estudo e chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, os resultados poderão contribuir para a introdução de uma medicação anti-hipertensiva de baixo-custo no SUS e com taxa de adesão significativa, além de ter possibilidade de manufatura em laboratórios públicos.

“O Projeto TRIDENT testa o efeito de uma combinação de três medicamentos de baixa dosagem, em uma pílula única, na prevenção desses pacientes nos primeiros seis meses de tratamento. Essa medicação é capaz de reduzir efetivamente a pressão arterial com a intenção de prevenir novos eventos, como AVC isquêmico e hemorrágico, doenças do coração e, consequentemente, a taxa de mortalidade”, afirma.

Com 1.049 participantes incluídos mundialmente, o estudo teve início em 2017 e é executado na Austrália, China, Inglaterra, Taiwan, Malásia, Singapura, Sri Lanka, Holanda, Suécia e Brasil. De acordo com a Dra. Ana Cláudia de Souza, neurologista vascular do Hospital Moinhos de Vento e líder médica do Projeto TRIDENT no Brasil, a participação brasileira é fundamental para garantir a representatividade da sua população. “Isso porque o nosso país tem uma amostra étnica muito ampla, garantindo características genéticas muito diversas, e com um sistema de saúde universal. Temos uma rede de pesquisa nacional muito forte na área de AVC com pessoas interessadas em mudar e qualificar o atendimento a estes casos. Além de contribuir internacionalmente, temos o potencial de incluir um novo medicamento, de baixo custo, eficaz e de tomada única, eliminando a dificuldade dos pacientes de tomar vários medicamentos ao longo do dia”, ressalta.

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