IPCA-15 teve alta de 1,17% em novembro
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (25) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 1,17% em novembro. Essa é a maior variação para um mês de novembro desde 2002, quando o índice foi de 2,08%.
O acumulado no ano foi de 9,57% e, em 12 meses, de 10,73%, acima dos 10,34% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2020, a taxa havia sido de 0,81%.
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em novembro. A maior variação (2,89%) e o maior impacto vieram dos Transportes. Em seguida, vieram Habitação (1,06%) e Saúde e cuidados pessoais (0,80%). Vestuário (1,59%) teve a segunda maior variação no mês e o grupo Alimentação e bebidas (0,40%) desacelerou em relação a outubro (1,38%).
Os demais grupos ficaram entre o 0,01% de Educação e o 1,53% de Artigos de residência.
O resultado dos Transportes (2,89%) foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços da gasolina (6,62%). No ano, o combustível acumula alta de 44,83% e, em 12 meses, de 48,00%. Também houve altas nos preços do óleo diesel (8,23%), do etanol (7,08%) e do gás veicular (2,59%).
Ainda em Transportes, os preços dos automóveis novos (1,92%) e usados (1,91%) seguem em alta, assim como os preços das motocicletas (1,26%). Outro destaque foram os transportes por aplicativo (16,23%), que já haviam subido 11,60% no mês anterior. No lado das quedas, houve redução nos preços das passagens aéreas (-6,34%), após dois meses de altas expressivas (28,76% em setembro e 34,35% em outubro).
No grupo Habitação (1,06%), a maior contribuição foi do gás de botijão (4,34%), cujos preços subiram pelo 18° mês consecutivo, acumulando 51,05% de alta no período iniciado em junho de 2020.
A energia elétrica (0,93%) teve variação menor que a de outubro (3,91%). Desde setembro, está em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,80%) foi influenciado pelas altas dos itens higiene pessoal (1,65%) e produtos farmacêuticos (1,13%). Em outubro, a variação do primeiro havia sido negativa (-0,26%) e a do segundo próxima à estabilidade (0,02%).
Em Vestuário (1,59%), houve altas em todos os itens pesquisados, com destaque para as roupas femininas (2,05%), masculinas (1,88%), e infantis (1,30%), além dos calçados e acessórios (1,28%). No ano, o grupo acumula variação de 8,64%, enquanto, no mesmo período de 2020 (de janeiro a novembro), o acumulado foi de -1,31%.
A desaceleração do grupo Alimentação e bebidas (de 1,38% em outubro para 0,40% em novembro) deve-se às altas menos intensas em alguns subitens, como o tomate (14,02%), o frango em pedaços (3,07%) e o queijo (2,88%).
Houve ainda quedas nas carnes (-1,15%), no leite longa vida (-3,97%) e nas frutas (-1,92%). Por outro lado, os preços da batata-inglesa (14,13%) subiram mais que o observado em outubro (8,57%) e a cebola teve variação positiva (7,00%), após a queda de 2,72% no mês anterior.
Na alimentação fora do domicílio (0,15%), destacam-se a aceleração da refeição (de 0,52% em outubro para 0,88% em novembro) e o recuo nos preços do lanche (-1,08%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de outubro e 12 de novembro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de setembro a 13 de outubro de 2021 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta e na abrangência geográfica.