Novo Hamburgo tem alerta sobre focos de raiva herbívora
Diretoria de Fomento ao Desenvolvimento Rural confirmou dois casos em um mesmo rebanho de bovinos, em Lomba Grande
A Diretoria de Fomento ao Desenvolvimento Rural da Prefeitura de Novo Hamburgo alerta para raiva dos herbívoros e está orientando os produtores rurais a vacinarem ou revacinarem seu rebanho para prevenir a doença.
Nesta semana, dois casos foram confirmados em um mesmo rebanho, em Lomba Grande, depois que os animais, duas vacas, foram atendidas pela equipe de veterinários da Diretoria, que coletou material biológico dos bovinos e enviou para a análise pelo Laboratório do Estado, que atestou positivo para a doença. Os animais acabaram morrendo. Os casos são os primeiros registrados em 2022. Em 2021, o município não registrou a ocorrência da doença.
“Diante de qualquer suspeita de caso no seu rebanho, o produtor/pecuarista deve imediatamente notificar a inspetoria de defesa agropecuária”, orienta o médico veterinário Maicon Bonini Faria. “Esta orientação vale para todos os animais da propriedade que se apresentem doentes ou com agressões / mordidas pelo ataque dos morcegos hematofagos”, ressalta Faria.
Morcego hematófago principal transmissor
A transmissão da raiva ocorre principalmente pela inoculação por mordedura do morcego hematófago Desmodus rotundus nos animais. Esta espécie de morcego não é a mesma que habita os telhados das casas e árvores. Os hematófagos vivem em ambientes isolados, como furnas, cavernas, troncos velhos de árvores em áreas montanhosas, debaixo de pontes e casas abandonadas. “Os produtores que souberem onde há esconderijos de morcegos também devem avisar a inspetoria de defesa agropecuária para mapeamento e monitoramento destes locais”, orienta o médico veterinário. “A captura de morcegos e entrada nos esconderijos só deve ser feita por profissional competente. Reforço que não peguem os morcegos em hipótese alguma e avisem imediatamente a inspetoria”, salienta Maicon Faria.
Os hematófagos são morcegos de tamanho médio que podem pesar entre 25 e 40g. A pelagem varia do marrom escuro ao dourado e não apresenta cauda. Eles vivem geralmente em pequenas colônias de 10 a 50 indivíduos e se alimentam do sangue de bovinos, equinos, suínos e ovinos, além de animais silvestres e exóticos.
A transmissão da raiva também ocorre, em menor grau, mas não de forma menos importante, pelo contato de ferimentos com saliva de animal positivo.
Sintomas nos animais
A raiva herbívora provoca nos animais infectados sintomas como: manqueira sem origem lesional aparente, dificuldade de andar ou andar cambaleante, paralisia progressiva normalmente iniciando nos membros posteriores (patas de trás), tremores musculares, movimentos de pedalagem quando já não consegue levantar mais e salivação excessiva. A raiva pode levar o animal a morte.
Vacinação dos animais é fundamental para a prevenção
“A vacinação dos animais é de suma importância para prevenir a proliferação da doença, independentemente de termos casos confirmados ou não”, reforça o veterinário Maicon Bonini Faria.
A vacinação de bovideos (bovinos e bubalinos, por exemplo) e equídeos (equinos e muares) deve ocorrer a partir dos três meses de idade, conforme prevê a Instrução Normativa, número 5/2002, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Número da inspetoria de defesa agropecuária para contato
A inspetoria de defesa agropecuária é regionalizada e atende em São Leopoldo pelo telefone (51) 3592-0566.