*Por Dr. Carlo Crivellaro
A escarlatina é uma doença comum nesta época, e acomete principalmente crianças em idade escolar, com maior requência em meninos. É causada por uma bactéria chamada Estreptococo beta hemolítico do grupo A, ou
Streptococcus pyogenes. Essa bactéria provoca também outras doenças, como faringite e infecções de pele.
A transmissão é através de saliva e secreção nasal, através de tosse e espirros, diretamente no ar ou através de objetos contaminados. A bactéria pode ser proveniente de pessoas que estejam ou não doentes (portadores). O aparecimento da escarlatina é causado não diretamente pela bactéria, mas por uma toxina que ela produz. O período de incubação, geralmente, é rápido, em torno de 1 a 2 dias, mas a doença pode se manifestar em até 10 dias após o contato.
Ela começa como uma faringoamigdalite, com febre alta e dor de garganta. A criança desenvolve sintomas gerais como mal-estar, inapetência, dores musculares, cefaleia e náuseas, podendo chegar a vomitar. Em seguida,
aparecem manchas vermelhas no pescoço e tronco, que se espalham para o corpo todo, poupando apenas palma das mãos e planta dos pés. A pele fica áspera (“grosseira”), e pode ou não haver prurido. A língua fica
bastante avermelhada e com as papilas inchadas, dando o aspecto chamado de “língua em framboesa”.
O diagnóstico, em geral, é clínico, através da história e do exame físico no paciente. Pode ser feita uma pesquisa rápida para o Estreptococo, através de um swab passado na orofaringe. A cultura de secreção da orofaringe também confirma a infecção, mas é pouco utilizada, pois o resultado é mais demorado.
O tratamento é feito com antibiótico, em geral, à base de penicilina. A resposta costuma ser muito boa e rápida, mas a vermelhidão pode demorar de 2 a 3 semanas para desaparecer completamente, e pode ser seguida por uma descamação da pele. O paciente deve ficar em repouso até a cura, e ingerir bastante líquido.
Quando não tratado, pode ocorrer complicações graves como a febre reumática e glomerulonefrite. A única prevenção é evitar contato com pessoas doentes, não existe vacina. Na suspeita da doença, é importante
procurar atendimento médico o quanto antes.
*Pediatra com Título de Especialista em Pediatria
pela Sociedade Brasileira de Pediatria; Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria; e Membro da Highway to Health International Healthcare Community