Giba Duarte apresenta instalação inédita na Fundação Cultural BADESC

Exposição Prólogo Sobre Experiência Coletiva abre dia 31 de maio, a partir das 18h; visitação é gratuita

Pela primeira vez o artista Giba Duarte apresenta uma exposição individual na Fundação Cultural BADESC, em Florianópolis. Selecionada no Edital 2022, Prólogo Sobre Experiência Coletiva, será aberta na terça-feira, 31 de maio. O evento é gratuito e será das 18h às 20h30.

A mostra, que é uma instalação inédita do artista, é formada por fotografias (algumas pessoais), objetos têxteis, vídeos, desenhos, bordados, pinturas, máscaras e pequenos objetos. Ela também sugere um ambiente de ocupação coletiva, de oficina, de ateliê.

Isso, de acordo com o artista, tenciona a ideia de que há pouco algo aconteceu. O que resulta numa atmosfera de prática ao ambiente e que, em algum momento, pessoas e coletivos irão ativar a instalação.

“Por tratar meu trabalho como uma espécie de escrita expansiva, penso essa instalação como um prólogo, por ser uma mostra que contém outras vozes e escritos, com a presença de trabalhos colaborativos e também feitos em ambientes coletivos”, explica o artista.

Concepção da exposição

Giba conta que desde 2017 está desenvolvendo e vivenciando práticas coletivas, que são a espinha dorsal da pesquisa. “Em 2020, fiz o primeiro experimento desse formato de escrita com trabalhos colaborativos na Galeria Humana em Chapecó, onde instalei trabalhos autorais e colaborações para a cidade e o entorno afetivo que envolvia o ambiente da galeria”, compartilha.

O artista diz que lá pra cá segue experimentando outras parcerias e práticas artísticas, muitas delas no primeiro ano pandêmico e, agora, apresenta essa produção na Fundação.

A exposição Prólogo Sobre Experiência Coletiva é uma instalação de um conjunto de trabalhos autorais, de processos coletivos e de parcerias com outros artistas e que trata sobre coletividade, vida e longevidade.

“O que mais me agrada na instalação é a ideia de corpo e voz múltipla, que forma uma espécie de Frankenstein, que é um corpo coletivo”, destaca.

Para Giba, embora a instalação não tenha viés pedagógico, neste momento político, ele acredita ser importante que espaços museológicos acolham trabalhos que versem sobre diversidade, inclusão, posicionamento e ativismo, para que poéticas dissidentes possam ocupar lugares institucionais, de modo a ampliar espaços de representação.

“Expor na Fundação é uma oportunidade importante, ainda mais por ser um espaço que é relevante no circuito catarinense e brasileiro de arte contemporânea”, completa.

A Fundação Cultural BADESC fica na Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro de Florianópolis. A visitação gratuita pode ser feita das 13h às 19h, de segunda a sexta-feira.

Sobre o artista

O artista e professor Bruno Mendonça compartilha abaixo uma breve apresentação do artista Giba Duarte, que fará sua primeira individual na Fundação Cultural BADESC.

Giba é um artista com uma formação transdisciplinar e autodidata. Nascido no Rio Grande do Sul, vive e trabalha entre Florianópolis e São Paulo. Giba, que é co-idealizador da Coletiva Açu, desenvolve uma pesquisa de escrita expansiva desde 2008, onde constrói narrativas e instalações em suportes diversos como: escrita, ilustrações, vídeos, fotografias, performances, bordados, objetos têxteis, desenho e indumentária.

Nessa narrativa expansiva, Giba propõe uma espécie de escrita espacializada que se desdobra em instalações, ambiências, intervenções, colaborações, entre outras, normalmente formadas por uma grande variedade de linguagens como bordados e outras técnicas têxteis, fotografias, desenhos, gravuras e outros formatos impressos: livros de artista, sketchbooks, peças sonoras, vídeos, esculturas, assemblages, entre outros.

Essa escrita quase psicanalítica sobre um “eu-lírico” promove um tipo de reconciliação com sua história e memória e é atualizada o tempo todo nestes projetos. O artista reescreve, sublinha, rasura, sobrepõe e edita esse texto a cada novo “capítulo”- forma conceitual como poderíamos nos aproximar de seus projetos. Essa “outra literatura” proposta por Giba Duarte é extremamente existencialista e filosófica, ou seja, vai para além do fator “psicologizante”.

O artista parece querer nesta eterna escrita refletir sobre um “homem” apontando de forma sútil para questões religiosas, éticas, políticas e culturais.

Serviço

Abertura exposição Prólogo Sobre Experiência Coletiva de Giba Duarte

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