Colesterol ruim: quanto mais baixo, melhor
Embora necessário ao organismo, o colesterol pode ser prejudicial à saúde quando seus níveis no sangue estiverem acima do normal. Em excesso, o colesterol se acumula nas paredes das artérias, formando placas que dificultam a passagem do sangue e, em alguns casos, interrompem a circulação, causando doenças cardiovasculares, tais como o infarto do miocárdio e o derrame cerebral. No Brasil, elas matam mais que a AIDS e o câncer, acometendo 300 mil pessoas a cada ano. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, em média, a cada 5 minutos ocorre uma morte por infarto do miocárdio no Brasil.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o nível ideal de LDL-C (colesterol ruim) deve ser identificado de acordo com o histórico de risco do indivíduo. “Pacientes de alto risco, com diabetes, hipertensão e histórico de problemas cardiovasculares devem manter o nível de LDL-C menor que 70mg/dL”, explica Dr. José Ramires, Professor Titular de Cardiologia do Instituto do Coração (InCor) – Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O especialista enfatiza que quanto mais baixo o LDL-C, melhor. “Os estudos das últimas décadas têm comprovado que a diminuição intensa do LDL-C, o colesterol ruim, proporciona a redução de doenças cardiovasculares“, explica Dr. Ramires.
A dislipidemia, doença caracterizada por elevadas taxas de colesterol no sangue, é silenciosa, não apresentando sintomas. Como consequência, a doença não modifica a rotina dos indivíduos e não é reconhecida nem valorizada pelos pacientes como fator de risco à ocorrência de problemas graves, como por exemplo, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame). Por este motivo, a conscientização da população com relação a esta doença é mais difícil.
Prevenção e Controle
O tratamento da dislipidemia pode ser dividido em não medicamentoso e medicamentoso. A mudança nos hábitos de vida como educação alimentar, perda de peso, interrupção do tabagismo e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para o controle e redução dos níveis de colesterol. Para o Dr. José Ramires, a melhor prevenção é a educação alimentar. “Desde a infância, as pessoas devem se habituar a uma alimentação equilibrada, evitando gordura em excesso e alimentos embutidos. Na vida adulta, fica muito mais difícil a educação alimentar”. O cardiologista lembra ainda que nada é proibido em quantidades moderadas, apenas reforça que o consumo de gordura não deve se tornar um hábito.
A prática de atividades físicas complementa os benefícios adquiridos com a mudança do hábito alimentar. “A atividade física regular é a segunda etapa da prevenção de doenças cardiovasculares. Os exercícios ajudam na queima de calorias, diminuição da gordura abdominal e podem levar ao aumento do HDL-C, mas não diminui o LDL-C”, explica Dr. Ramires. “A redução do colesterol ruim ocorre principalmente com a educação alimentar”, complementa o especialista.
Quando a mudança da dieta e do estilo de vida não são suficientes para normalizar os níveis de LDL-C, é necessário o uso de medicamentos que ajudam a corrigir os níveis de lipídeos (gordura) no sangue. Esse tipo de tratamento deve ser mantido a longo prazo. Uma vez descontinuada a medicação, o nível de colesterol aumenta novamente, ou seja, colesterol controlado não é sinônimo de cura e é preciso continuar o tratamento a longo prazo sob orientação médica.
Dicas de Prevenção
- Alimentação equilibrada
- Evite o consumo de carnes gordas e embutidos
- Controle o peso
- Pratique atividades físicas regularmente
- Controle os fatores de risco como diabetes, hipertensão e tabagismo
- Faça exames periódicos com acompanhamento médico