Varizes são veias dilatadas e tortuosas que perderam sua função circulatória, sendo causadas por fatores como idade, sexo, hábitos de vida ruins e, principalmente, genética. Porém, diferente do que muitas pessoas pensam, existem diferentes tipos de varizes, que são classificadas de acordo com seu calibre (diâmetro), e cada um desses tipos possui um tratamento específico. Para ajudar a entender melhor as diferentes formas que as varizes podem assumir, a angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, listou os três tipos existentes da alteração e explicou cada um deles. Confira:
Varizes telangiectasias ou aranhas vasculares:
“Conhecidas também como vasinhos, são vasos dilatados presentes entre as camadas da pele que apresentam um aspecto avermelhado ou arroxeado. Bem menores que as outras e assemelhando-se a forma de uma teia de aranha, as varizes telangiectasias não representam um grande problema e acabam comprometendo mais a aparência do que a saúde vascular. Apesar disso, elas devem ser tratadas, pois sua existência significa que a circulação nas pernas e o retorno do sangue para o coração estão afetados, podendo provocar sensação de cansaço e peso nas pernas.”
Varizes reticulares:
“As varizes reticulares ou microvarizes são veias varicosas maiores do que as varizes telangiectasias, mas com diâmetro menor que 4 mm e geralmente apresentam coloração esverdeada ou azulada. Visíveis, mas sem saltar da pele, este tipo de variz está frequentemente ligado as varizes telangiectasias e, assim como elas, não representam um grande risco para a saúde, mas podem gerar complicações, então devem ser tratadas.
Varizes tronculares:
“Maiores e mais grossas que as demais, as varizes tronculares são responsáveis pela dilatação dos grandes troncos venosos, sendo assim mais calibrosas, saltadas e visíveis na pele. Normalmente este tipo de variz afeta a veia safena e traz sintomas como sensação de cansaço na perna e edemas no fim do dia. Além disso, as varizes tronculares são as mais perigosas já que causam complicações como flebite superficial, que é a inflamação das varizes, e trombose venosa profunda, quando há a formação de coágulos sanguíneos (trombos) nas veias profundas da perna que podem dificultar ou bloquear a passagem de sangue.”
O tratamento adequado para cada um destes tipos de varizes deve ser indicado pelo cirurgião vascular, que irá realizar uma avaliação para só então definir qual o melhor procedimento para cada caso. Para as varizes telangiectasias, por exemplo, o especialista pode sugerir a escleroterapia. Já para as varizes reticulares e tronculares, o cirurgião pode indicar laser, espuma ou cirurgia. Além disso, outros tratamentos para as varizes incluem radiofrequência e a combinação de técnicas, como o ClaCs, que une laser não-invasivo e injeções de glicose. “Mas é possível prevenir o problema através de alguns cuidados básicos, como manter uma alimentação adequada, o peso sob controle, realizar exercícios físicos e ter bons hábitos de vida. Desse modo, a doença atacará menos, o médico terá menos trabalho e o paciente terá menos intervenções ao longo da vida”, finaliza a Dra. Aline Lamaita.
Cirurgiã vascular e angiologista, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine. Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a médica participa, na Universidade de Harvard, de cursos de pós-graduação que ensinam ferramentas para estimular mudanças no estilo de vida nos pacientes em prol da melhora da longevidade e qualidade de vida. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina.