Dieta Low Carb: vale a pena apostar no método para emagrecer?
Obeside, mesmo aquele leve sobrepeso, são em primeira análise muito prejudiciais a saúde, além do incômodo de ter a sensação desconfortável da limitação de movimentos, entre outros problemas.
Quem acompanha o mundo das dietas sabe bem: sempre existe a última novidade quando o assunto é perder peso. E por mais que este universo seja movimentado por tendências, alguns conceitos jamais saem de moda: abusar do açúcar, consumir gorduras ruins, exagerar nos carboidratos… Tais hábitos são amplamente conhecidos como sabotadores da dieta. Justamente por isso, determinado alimentos estão sempre na mira dos regimes. Quem nunca tentou, por exemplo, cortar os carboidratos em prol da boa forma?
Seguindo essa premissa, a mais nova dieta da moda foca, justamente, nesse polêmico grupo alimentar. Conquistando cada vez mais adeptos, a famigerada Low Carb preconiza que uma dieta baixa em carboidratos, rica em gorduras e moderada em proteínas é capaz de proporcionar, dentre outras coisas, um emagrecimento mais rápido. Focando na qualidade, o método tem despertado polêmica, principalmente entre os praticantes de atividades físicas. Quer conhecer mais a respeito e saber se vale a pena apostar nessa nova onda? Veja mais agora:
Desmistificando os carboidratos
Cortar pão, batata, massas… Quem já se aventurou nessa tarefa sabe que com o passar dos dias bate uma irritação, a energia fica baixa e o apetite nas alturas. A sensação é de que esses alimentos são viciantes. De acordo com a nutricionista Sinara Menezes, isso é muito do que uma impressão, pois os carboidratos possuem, de fato, um papel fundamental no cardápio “Dentre os alimentos, os carboidratos são os mais ricos em açúcar e, justamente por isso, são nossa principal fonte de energia – principalmente para o cérebro. Portanto, atuam como um combustível para o nosso corpo, sendo essenciais mesmo nas atividades mais básicas como respirar e raciocinar”.
E qual motivo, então, para tantos regimes demonizarem o alimento? Sinara afirma que dois problemas muitos comuns na dieta moderna contribuem para essa “má fama” dos carboidratos: “O desequilíbrio no consumo e, principalmente, a falta de qualidade nas escolhas da dieta têm contribuído para essa falsa ideia de que estes alimentos são inimigos do cardápio. Atualmente, a alimentação de boa parte da população é baseada em carboidratos refinados ou altamente processados, capazes de subir rapidamente a glicemia e, consequentemente, levar ao ganho de peso“.
Quando os carboidratos engordam?
O que isso significa? “Sempre que comemos, os alimentos são convertidos em açúcar e disponibilizados na corrente sanguínea. A partir de então, o organismo faz um esforço para aproveitar essa substância como energia para as células, através do trabalho da insulina (hormônio secretado pelo pâncreas). Porém, quando este pico é acentuado, ou seja, quando existe muito açúcar circulante, o organismo pode não ser capaz de dar conta de toda a glicose. Neste momento, o excesso será direcionado para as reservas do corpo, principalmente na forma de gordura. É por isso que o abuso de carboidratos, principalmente os refinados, favorece o ganho de peso, pois estes alimentos são facilmente absorvidos pelo organismo e elevam o açúcar no sangue muito rapidamente” – explica a profissional da Nature Center.
Como funciona
Basicamente, a proposta da Low Carb é bastante simples: reduzir o consumo de carboidratos para que o organismo não tenha energia imediata (açúcar circulante no sangue) sempre disponível. Dessa forma, o corpo seria obrigado a recorrer às reservas (depósitos de gordura) para se manter ativo, proporcionando uma perda de peso acelerada. Tudo isso sem, necessariamente, contar calorias ou restringir a quantidade ingerida: em tese, é possível comer “livremente” os alimentos permitidos sem impactar o plano de emagrecimento, desde que haja um controle efetivo sob o consumo de carboidratos.
- Alimentos permitidos: Carnes em geral, mesmo com gordura. As gorduras boas, inclusive, possuem um papel importante na dieta, pois propiciam a saciedade e também servem como fonte de energia. Sendo assim, o cardápio pode ser rico em alimentos como oleaginosas, abacate, coco e peixe. Verduras, principalmente hortaliças e vegetais folhosos, também estão liberados, bem como ovos, leite e derivados – outras fontes importantes de proteína.
- Alimentos proibidos: Alimentos industrializados e altamente processados como temperos prontos, gorduras trans, doces, qualquer tipo de açúcar (inclusive adoçantes artificiais), farináceos, pães e massas (inclusive os integrais) e carboidratos de alto índice glicêmico, ou seja, capazes de elevar a glicose rapidamente. Um ponto polêmico é sobre a ingestão de grãos, principalmente os ricos em glúten. No geral, a dieta desaconselha a ingestão desse alimento numa primeiro momento, quando se busca o emagrecimento.
- Alimentos toleráveis: para aqueles que já estão adaptados à dieta e já alcançaram o peso desejado é permitido consumir ocasionalmente tubérculos ricos em amido como batatas, bem como determinadas frutas. Alguns grãos sem glúten também podem compor o cardápio vez ou outra, assim como leguminosas e, até mesmo, o chocolate 70%.
Low Carb de verdade
Para muitas pessoas, este conceito pode parecer mais uma dieta das proteínas ou dieta cetogênica, onde os carboidratos quase não tem vez. Porém, é preciso frisar que a dieta não é No Carb, ou seja, zero carboidrato. A diferença é que a fonte desse alimento será mais qualificada, focando, principalmente, no quanto este carboidrato fará a glicemia subir, ou seja, no seu índice glicêmico. Sendo assim, carboidratos de baixo impacto sob a glicemia serão, justamente, aqueles que vão entrar na dieta – lembrando sempre – em menor quantidade. Alguns exemplos: couve-flor, brócolis, folha de couve, tomates, espinafre, berinjela, cebola, dentre outros.
As frutas também podem entrar, moderadamente, como uma fonte de carboidrato. Porém, com muita cautela, pois são ricas em frutose e podem, igualmente, levar ao ganho de peso. Quanto mais doce e mais madura, maior será seu impacto sob a glicemia, por isso, o ideal é consumir ocasionalmente aquelas que, naturalmente, são menos doces, como cítricos, ameixas, frutas vermelhas e o abacate.
Vale a pena apostar?
De acordo com a nutricionista, é preciso muita cautela ao adotar qualquer mudança desse tipo da dieta, pois, embora aposte numa alimentação natural, a Low Carb pode surtir efeitos desagradáveis em pessoas menos habituadas ao baixo consumo de carboidratos “O ideal é encontrar um ponto de equilíbrio reduzindo gradativamente a ingestão dos carboidratos refinados e produtos industrializados. Mudar radicalmente a alimentação do dia pra noite pode, além de colocar a saúde em risco, afetar a oferta nutricional, uma vez que a ingestão de vitaminas e minerais importantes provenientes de frutas e grãos também será reduzida”.
O método seria, acima de tudo, uma estratégia interessante para uma reeducação alimentar, porém, sem radicalismos “É preciso sempre alertar que todos os grupos alimentares são importantes para a saúde, inclusive os carboidratos. Apostar naqueles de melhor qualidade, ricos em fibras e de menor índice glicêmico pode, sem dúvidas, beneficiar tanto a boa forma quanto a saúde, mas ainda assim é preciso tomar cuidado com os exageros: mesmo proteínas e gorduras boas, quando consumidos em excesso, podem levar ao ganho de peso”.
Alternativas e efeito rebote
Embora cada vez mais pessoas estejam interessados em adotar o Low Carb como um estilo de vida, nem todos conseguem adaptar-se aos hábitos alimentares propostos. E como muitos sabem, o grande risco por trás das dietas é o efeito rebote, no qual todo peso perdido, ou até mais é recuperado pouco tempo depois. Sendo assim, qual seria a alternativa para conciliar as premissas do método com a rotina corrida, que nem sempre permite o consumo de alimentos exclusivamente naturais?
Sinara enumera algumas medidas que podem tanto facilitar o processo de quem está tentando reduzir a ingestão dos carboidratos, quanto daqueles que desejam, apenas, fazer escolhas mais qualificadas “Apostar em alimentos ricos em fibras, como carboidratos integrais e proteínas. Como a digestão desses alimentos é mais lenta, liberam a glicose aos poucos, evitando os picos de açúcar no sangue. Algumas fibras, inclusive, ajudam a reter parte da gordura e da glicose durante a digestão, como é caso da farinha de feijão branco, que pode ser uma alternativa no cardápio de quem quer reduzir o impacto dos carboidratos na dieta”. Por fim, é preciso alertar que qualquer mudança no cardápio deve ser sempre orientada por um profissional, tanto para evitar extremismos, quanto para evitar que emagrecimento ocorrera em detrimento da saúde.