A insônia, uma das consequências da síndrome de pânico, ansiedade e depressão, pode aumentar em até 520% o risco de uma pessoa tornar-se hipertensa. Esses problemas precisam ser enfrentados no Brasil, onde está crescendo o consumo de álcool pela população adulta e onde 8,5 milhões de maiores de 18 anos consomem maconha quatro vezes por semana.
“Também é preciso levar em conta que o paciente deprimido costuma abandonar o tratamento de uma enfermidade, deixa de tomar remédios e tende a ingerir álcool e outras substâncias”.
O tratamento da depressão, bem como das síndromes de pânico e ansiedade, é importante para a redução do risco de doenças cardiovasculares, salientou o médico Kalil Duaillib, professor titular de psiquiatria da Universidade de Santo Amaro (Unisa), em palestra realizada durante o 38º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). “Também é preciso levar em conta que o paciente deprimido costuma abandonar o tratamento de uma enfermidade, deixa de tomar remédios e tende a ingerir álcool e outras substâncias”.
O médico psiquiatra alertou para o fato de que no Brasil, assim como ocorre no México, tem aumentado de maneira expressiva o consumo de álcool pela população adulta. “Além disso, 1,5 milhão de brasileiros com mais de 18 anos fuma maconha todos os dias e 8,4 milhões, quatro vezes por semana”.
A depressão, ansiedade e síndrome de pânico têm efeitos que podem ser danosos quanto à saúde cardiovascular. Um exemplo é a insônia, que se caracteriza por demorar muito para dormir, acordar durante o sono ou despertar antes do tempo adequado. “Quem tem insônia e dorme mais de seis horas por noite tem 30% mais de risco de hipertensão do que pessoas cujo sono é normal; que tem insônia e dorme menos de cinco horas por noite tem risco 520% maior”, revelou Dr. Kalil, citando estudos internacionais.
O médico disse, ainda, que as pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) apresentam risco 30% maior de ter uma doença cardiovascular. “Assim, é muito importante o tratamento da depressão, ansiedade e síndrome de pânico, pois, além dos problemas intrínsecos que causam nos pacientes, incluindo até mesmo o risco de suicídio, podem desencadear outras doenças, como as cardiovasculares”.