A movimentação frenética dos livreiros deixa pouca margem para dúvida. A Feira do Livro de Porto Alegre se despede com vendas em alta e um público ávido por literatura. O feriado de sol e temperatura agradável na capital gaúcha fez lotar a Praça da Alfândega. Um até logo da feira, que voltou a ser realizada de forma completamente presencial depois de dois anos e que agora já começa a pensar a edição de 2023.
O balanço da Câmara Rio-Grandense do Livro, responsável pela organização do evento, é altamente positivo. Os números finais da comercialização estão sendo contabilizados, mas o indicativo é de que houve um incremento nas vendas acima dos 40% na comparação com 2019, última edição totalmente presencial. “Tivemos vendas bem consideráveis, bem acima do esperado. Estamos muito felizes. Isso mostra o quanto o público estava com saudade da feira. É um reencontro muito aguardado e que já nos deixa com uma expectativa enorme para 2023”, afirma o presidente da Câmara, Maximiliano Ledur.
O encerramento reservou momentos especiais para o patrono desta edição, Carlos Nejar. Durante a tarde, ele participou de uma mesa ao lado da também escritora Lúcia Bettencourt. Responsável pelo cortejo de encerramento, Nejar falou do seu vínculo com Porto Alegre e com a feira. “O que posso fazer senão agradecer a Deus? Algumas coisas são maiores do que nós. Estar aqui é muito importante para mim, porque o Rio Grande é a minha terra. Porto Alegre, minha cidade natal, está fazendo 250 anos. E eu ainda recebi o bastão do meu filho, Fabrício Carpinejar, então tudo se reuniu de uma maneira prodigiosa”, diz.
Convívio com os autores renovado
Foram mais de mil atividades durante os 19 dias de evento. Uma programação voltada para todas as idades e gostos e que atraiu um público que estava com saudade do convívio com livros, autores e universos reais e fictícios. Em pauta, temas importantes como diversidade, inclusão social, cuidados com o meio ambiente e, claro, muita literatura. “A palavra é alegria. Alegria do encontro, da possibilidade de estar em um espaço assistindo seus autores conversando com o público e poder pegar um autógrafo. Foi extremamente importante esse lado do reencontro e do presencial. Acho que foi a marca da programação deste ano”, salienta a coordenadora da área adulta, Sandra Laporta.
Nas sessões de autógrafos, os destaques ficaram por conta de Lázaro Ramos e Eduardo Spohr, autores que passaram quase cinco horas autografando livros. As atividades realizadas em espaços como o Auditório Barbosa Lessa e a sala O Retrato, no Espaço Força e Luz, contaram com grande participação, mostrando o quanto o público sentiu falta desse contato próximo com os escritores.
Programação infantil forma novos leitores
Olhos brilhando e imaginação voando. Quem passou pelos corredores da área infantil da feira encontrou uma geração de novos leitores se formando. Esse foi, justamente, o objetivo da programação: inserir a literatura no cotidiano de uma geração que cresce cercada por informação vinda de todos os lados. As atividades foram realizadas em diferentes espaços, como o Circo dos Mafagafos, o Espaço Jovem Petrobras e o Teatro Carlos Urbim, dentre outros.
Para a coordenadora da área Infantil e Infanto-Juvenil da feira, Sônia Zanquetta, o evento tem um papel fundamental na formação dos futuros leitores e escritores que estarão na Praça da Alfândega em alguns anos. “O impacto da feira é muito grande na formação de leitores. Além dos espetáculos, das contações de histórias, o contato com os autores também é muito importante. A criança conhece a história e em seguida pode conversar com o autor”, explica.
A 68ª Feira do Livro de Porto Alegre conta com o Patrocínio Master de Gerdau, Zaffari, CEEE Grupo Equatorial, Sulgás, Vero, a maquininha que resolve de verdade, Petrobras — patrocinadora do Espaço Jovem Petrobras, Apoio Especial da Prefeitura de Porto Alegre, Sebrae e SZ Working. Apoio Cultural da Kodex, Voco, Tramontina, Assembleia Legislativa do RS, Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Aços Favorit e Senado Federal. Espaço cedido: Espaço Cultural Correios e Memorial do RS e tem o financiamento da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) – Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Pró-cultura RS.