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Passo Fundo terá Dia D de Conscientização sobre o HIV/Aids

Durante a quinta-feira (1), as unidades de saúde e o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) disponibilizarão testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C, orientações e distribuição de preservativos

“Prevenir é sempre a melhor escolha”: é com este lema que Passo Fundo inicia, nesta quinta- feira (01), a Campanha de Luta Contra a Aids. A data marca o Dia D de conscientização e prevenção contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), o vírus da Aids. Durante o dia, as unidades de saúde e o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) disponibilizarão testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C, orientações e distribuição de preservativos.

A coordenadora de Vigilância em Saúde, Marisa Zanatta, enfatiza a importância da mobilização e da participação das pessoas. “Quanto antes tivermos o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento. Todas as unidades de saúde ofertam testes rápidos para as Infecções Sexualmente Transmissíveis, que podem ser realizados todos os dias, no horário de funcionamento de cada espaço. Na quinta-feira, o município fará a ação por livre demanda para todas as pessoas que procurarem as unidades e o SAE. Além dos testes, trabalharemos com a prevenção e o acesso à informação”, destaca.

Segundo o Boletim epidemiológico de HIV/Aids de 2021, o Rio Grande do Sul é o segundo estado do país com maior incidência nos casos de HIV/Aids, e o primeiro em maior número de gestantes, crianças e de óbitos. Passo Fundo, nos últimos cinco anos, vem mantendo uma média de 80 casos novos a cada ano e mais de 1.300 pacientes em tratamento regular.

Conforme a enfermeira coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), Seila de Abreu, o que causa preocupação é a elevada taxa de mortalidade no município. “Aqui, o índice é superior à média nacional e do estado. São 7,8 casos para cada 100mil habitantes, em comparação a 4 e 7,2, respectivamente. Observa-se na investigação destes casos que mais de 50% são diagnosticados já com a doença Aids e, muitas vezes, com seu sistema imunológico comprometido”, afirma.

O Dezembro Vermelho propõe a conscientização sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) com foco no HIV/Aids. O objetivo é chamar a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas. A campanha foi instituída pela Lei nº 13.504/2017. No município, ao longo do mês, serão desenvolvidas atividades em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, que envolverão as unidades e demais serviços de saúde.

HIV: diagnóstico e tratamento

A transmissão do HIV acontece, principalmente, por meio de relações sexuais desprotegidas. Também pode ocorrer pelo compartilhamento de seringas, materiais perfurocortantes contaminados e não esterilizados e pela transmissão vertical durante a gravidez, parto e/ou amamentação, quando não tomadas as devidas medidas de prevenção. Em Passo Fundo, são notificados anualmente cerca de 80 casos de residentes da cidade.

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da Aids. No entanto, ter o vírus não significa que a pessoa desenvolverá a doença, que ataca células específicas do sistema imunológico (os linfócitos T-CD4+), responsáveis por defender o organismo contra doenças.

Não existe vacina ou cura para infecção pelo HIV, mas há tratamento. Conforme Seila, o acompanhamento é fundamental para garantir a saúde do paciente. “Hoje, com os avanços, podemos dizer que uma pessoa portadora do HIV consegue ter uma vida mais normal possível. Mas, para isso, é necessário adotar hábitos saudáveis e fazer o uso da medicação contínua para que a carga viral fique indetectável e as defesas estejam boas”, explica.

Há confirmação, baseada em evidências científicas, de que o risco de transmissão do HIV a partir de uma pessoa vivendo com HIV/Aids, que esteja em terapia antirretroviral e conseguiu uma carga viral indetectável no sangue por pelo menos 6 meses é negligenciável ou inexistente. Isso significa que uma carga viral indetectável não protege somente a saúde do soropositivo, mas também impede novas infecções.

Prevenção

Atualmente, somados à camisinha, novos métodos de prevenção surgiram como ferramentas complementares no enfrentamento da epidemia de HIV, ofertando mais alternativas e ampliando as possibilidades de escolha de proteção e prevenção ao HIV. Entre as novas estratégias, estão a Profilaxia Pós-exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-exposição (PrEP) ao HIV, já fornecidas no município.

A PEP – Profilaxia Pós-Exposição – é o uso de medicamentos antiretrovirais por pessoas que tiveram um possível contato com o vírus HIV, em situações como violência sexual, relação sexual desprotegida, sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha, e acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico. “A PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas, e deve ser tomada por 28 dias. Ela é oferecida no SAE e no Hospital Municipal, que tem atendimento 24 horas”, enfatiza.

Já a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV – é o uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus. A PrEP, deve ser utilizada por quem considera que pode ter alto risco para adquirir o HIV. “ Podem utilizar os medicamentos as pessoas que fazem parte dos grupos mais vulneráveis, além das pessoas que têm um parceiro com o vírus”, menciona.

Fonte
Imprensa PMPF
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