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5 dicas para reduzir processos trabalhistas a partir de ações de RH

Advogada explica como melhorar a relação entre empresa e colaborador e diminuir os passivos trabalhistas

A redução dos passivos trabalhistas começa muito antes da demissão do colaborador propriamente dita. Ela inicia no primeiro dia de trabalho, quando o novo funcionário entra para o time da empresa. “Muitas vezes o contratante se preocupa apenas com as questões jurídicas, como controle do ponto, auditorias internas periódicas, atenção para os documentos, mas se esquece que o fator humano, a qualidade da relação empregador-empregado é determinante para que o colaborador, quando deixar a empresa, decida procurar ou não o Judiciário”, explica Caroline Gil, advogada trabalhista, com pós-graduação em Gestão de Pessoas e Direito e Processo do Trabalho.

O método Conexão Trabalhista, desenvolvido por Caroline a partir de sua experiência de mais de 10 anos atuando com reclamatórias e auditoria trabalhista, busca, justamente, ligar os dois lados de uma relação delicada: a atenção à legislação e as pessoas. Pensando nisso, ela elencou cinco dicas para ajudar as empresas a reduzirem os passivos trabalhistas – todas testadas na prática em seus clientes.

1 – Ouvir o que as pessoas precisam:

A primeira e mais eficaz ferramenta é a escuta, que pode começar pela avaliação de clima organizacional. Com as perguntas certas, é possível extrair exatamente quais são os pontos frágeis que precisam ser ajustados e também os pontos fortes que devem ser enfatizados.

2 – Saúde mental é preocupação máxima:

Mais do que nunca as pessoas têm se preocupado com a saúde mental e o espaço com limites pouco claros, ocupado pelo trabalho em suas vidas. Na pandemia, muitos colaboradores levaram o trabalho para casa e, desde então, não conseguem mais estabelecer limites entre o ambiente pessoal e o de trabalho (mesmo quem voltou ao presencial). Isso acaba desencadeando doenças psíquicas como a Síndrome de Burnout, depressão, ansiedade, etc.

“As pessoas precisam se sentir cuidadas e terem a segurança de que o empregador se importa com a sua saúde mental”, salienta Caroline. Para isso é fundamental que além da cultura de prevenção, que começa com a forma de comunicação dentro da empresa, as organizações também possam trabalhar com ferramentas que indiquem o grau de saúde mental dos seus colaboradores e ofereçam suporte aos casos de doença. Uma pesquisa da Vittude, por exemplo, mostra que 72% dos brasileiros escolheriam trabalhar em uma empresa que cuida da saúde mental dos empregados.

3- Investir em manifestações de Reconhecimento:

Uma das maiores necessidades do ser humano é a conexão e ela só acontece quando as pessoas percebem que são reconhecidas, consideradas e pertencentes ao grupo. Desta forma, a criação de programas que celebrem junto com o colaborador momentos importantes e únicos da sua trajetória pessoal, como o casamento ou nascimento de filho/adoção; ou profissional, como o tempo de empresa; são fundamentais para que as pessoas se sintam vistas e acolhidas dentro da organização.

4 – Dar feedback reais

Não basta avaliar o colaborador, é importante que o feedback seja entregue de forma rotineira e adequada. As empresas precisam entender que este é um processo de suporte ao crescimento do colaborador e não uma data agendada para “puxar orelhas”. Desta forma, é importante que as lideranças sejam treinadas para dar feedback através de comunicação adequada, conseguindo criar processos de evolução e aprendizado constantes. Da mesma maneira, a equipe também precisa ser ensinada a receber os feedbacks.

5 – Apostar na Comunicação Não-Violenta

“Em TODOS os clientes que já trabalhei, a comunicação sempre foi o maior problema indicado pelas pesquisas de clima organizacional. Seja pelo excesso ou pela falta mas, principalmente, pela forma de comunicar”, afirma a advogada.

O ambiente corporativo ainda é um local onde a comunicação é extremamente violenta e, na maioria das vezes, as pessoas nem conseguem identificar isso claramente. Isso porque a violência é implícita e engendrada na forma de se relacionar e por esta razão se torna tão difícil de traduzir.

Introduzir a Comunicação Não-Violenta dentro da cultura da empresa muda o jogo completamente, isto porque é uma forma de comunicar que gera conexão e quando estamos conectados com as pessoas, as organizações e o propósito, somos instigados naturalmente a colaborar e apoiar.

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