O consumo consciente do chocolate pode trazer inúmeros benefícios à saúde. Afinal, a iguaria tem cálcio, proteína, gordura, açúcar e outras substâncias importantes, como vitaminas, por exemplo. O grande problema é o autocontrole sobre a quantidade.
Dados de um estudo encomendado pela Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas) revelam que, em 2022, a população comprou 10% mais chocolates em relação ao ano anterior. De acordo com o instituto, cada brasileiro consome, em média, 2,5 kg de chocolate ao ano.
A nutricionista Ligia Vieira Carlos, do Vera Cruz Oncologia, explica que o consumo exagerado do chocolate pode ocasionar efeitos colaterais imediatos ou tardios, entre eles: diarreia, azia, agitação e insônia, precedidos de refluxo, náuseas, dores de estômago, dor de cabeça, quadros alérgicos e ganho de peso. “Isso ocorre porque o doce, derivado do cacau, tem alto teor em gorduras e açúcares, que podem sobrecarregar o organismo quando ingeridos em excesso“, esclarece.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica um consumo diário máximo de 50 gramas. “O ideal é comer em pequenas doses, de dois a três quadradinhos por dia, em torno de dez a 15 gramas. Uma quantidade superior a 30 gramas acarreta um ganho ponderal e até mesmo a inutilização dos efeitos benéficos ao organismo. Uma barra de chocolate de 150 gramas tem cerca de 800 kcal. Lembrando, sempre, que quando falamos de melhorias ligadas à saúde, estamos nos referindo ao chocolate amargo”, diz a nutricionista.
Tipos de chocolates
O chocolate amargo possui de 60% a 85% de cacau, com menores quantidades de gordura e, comprovadamente, com os melhores recursos quando o assunto é saúde. “Alguns estudos mostram que pode melhorar o fluxo arterial e faz bem à saúde cardiovascular, diminuindo os riscos de obstrução de vasos sanguíneos e que, inclusive, poderia ter impacto na redução dos níveis de LDL colesterol (colesterol ruim). Segundo pesquisadores da Universidade de Georgetown, o chocolate amargo pode contribuir na prevenção do câncer de intestino. Isso porque algumas moléculas presentes no cacau, chamadas de procianidinas, possuem propriedades antioxidantes, que serviriam para proteger as células das degenerações do tumor”, adiciona.
Sobre os outros tipos: o chocolate “branco” não é produzido a partir da semente do cacau e, por isso, tem maior teor de gordura e açúcar; o “ao leite” tem cacau, leite, açúcar e gordura, que pode ser vegetal; os “sem lactose” têm a enzima lactase ou leite de soja no lugar de leite de vaca; o “diet” é o que tem menor teor de açúcar, porém, em contrapartida, na maioria das vezes, possui alto teor de gordura, como consequência, maior aporte calórico, inclusive maior do que o chocolate comum; o “meio amargo” possui de 40% a 50% de cacau, somados a açúcar e manteiga de cacau.
Consumido com moderação, seja em bombons, barra, como cobertura ou em recheios de doces, o chocolate pode ser um delicioso aliado na preservação da saúde. “Do cacau se obtém o extrato vegetal composto por ácidos graxos, que ajudam na hidratação, evitando o ressecamento da pele e a perda de água. Quando comemos chocolate com alto teor de cacau (60% a 80%) temos, ainda, o aumento dos níveis de serotonina, dopamina e feniletilamina no cérebro, que produzem a sensação de bem-estar. Por isso, comer chocolate nos momentos de ansiedade e TPM pode ajudar no alívio das sensações. O problema é que o prazer pode viciar”, conclui a especialista.