Saúde

O que fazer quando um passageiro morre durante o voo?

Episódio de Succession levantou a discussão com a morte de Logan Roy

No 3º episódio da 4ª temporada de Succession, série de sucesso transmitida pela HBO, a morte repentina de um dos personagens principais deixou os fãs em choque. Logan Roy, interpretado por Brian Cox, faleceu após um ataque cardíaco dentro do avião.

A série Succession trouxe à tona uma discussão importante. Uma das principais causas de mortes em voos comerciais é a parada cardíaca. Segundo o estudo da Universidade Colônia, da Alemanha, aproximadamente mil pessoas morrem anualmente em todo o mundo devido a esse problema de saúde durante voos comerciais.

A medicina explica que as pessoas estão mais propensas a ter problemas de coração em voos. Segundo Agnaldo Piscopo, diretor do Centro de Treinamento em Emergências Cardiovasculares da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado), o ambiente da aeronave é inóspito e tem uma disponibilidade menor de oxigênio.

“Normalmente, nós respiramos com 21%, enquanto dentro da aeronave são 19%. A umidade relativa do ar gira em torno de 20%, o que deixa o sangue mais viscoso, além da pressurização do voo. Esses são fatores que podem desencadear esses problemas, incluindo infarto”, explica o médico.

O que acontece quando morre uma pessoa no avião?

Quando ocorre uma morte dentro de um avião, como aconteceu em Succession, a tripulação precisa seguir uma série de procedimentos. Caso um médico esteja no voo, ele é o responsável pelo paciente.

Se não houver nenhum especialista, os passageiros devem manter as manobras até que o avião faça o pouso de emergência. Além disso, é importante que tudo seja feito de forma discreta para minimizar o impacto da causa e evitar a criação de pânico a bordo.

A decisão do piloto de pousar o avião imediatamente após a confirmação da morte de um passageiro é uma questão complexa, que envolve diversas variáveis. Segundo Antônio José e Silva, piloto e presidente da Comissão de Direito Aeronáutico, Espacial e Aeroportuário do Conselho Federal da OAB, é importante considerar fatores técnicos, operacionais e jurídicos antes de tomar uma decisão.

Além disso, o piloto deve comunicar a empresa e as autoridades aeroportuárias sobre a situação e informar como irá proceder. Tudo isso é feito visando garantir a segurança de todos a bordo e evitar riscos desnecessários.

Quem se responsabiliza por uma morte dentro do avião?

De acordo com a legislação brasileira e internacional, os pilotos são responsáveis por manter registros detalhados sobre as operações de voo em um documento chamado diário de bordo. Este documento contém informações cruciais sobre aeronaves, como matrícula, horas de voo, nomes dos proprietários e operadores, bem como detalhes sobre o desempenho da aeronave.

Em caso de incidentes ou acidentes, o piloto deve fazer anotações precisas sobre o ocorrido para ajudar nas investigações posteriores. Essas informações podem incluir qualquer coisa, desde problemas mecânicos até informações sobre os passageiros a bordo e ações tomadas em resposta a emergências.

O diário de bordo é uma ferramenta importante na investigação de incidentes e acidentes aéreos e ajuda a garantir que a segurança seja sempre a principal prioridade no transporte aéreo.

Seguro Viagem cobre essa fatalidade?

Quando se viaja de avião, contratar um seguro viagem é uma das principais medidas de precaução para lidar com situações de emergência. No entanto, a morte de Logan Roy levanta a questão de se um seguro viagem poderia cobrir uma fatalidade ocorrida em um avião.

Geralmente, os seguros cobrem despesas médicas, hospitalares e odontológicas em caso de acidentes ou doenças que ocorram durante a viagem. Porém, o momento em que o seguro viagem passa a valer depende das condições contratadas. Em geral, a cobertura começa a partir do embarque do viajante em seu país de origem.

Neste caso, se Logan Roy tivesse feito um seguro em sua viagem para a Suécia, com essas condições, sua família receberia uma indenização pela empresa contratada. Além disso, o seguro viagem poderia cobrir despesas decorrentes da situação, como o transporte do corpo e o acompanhamento dos familiares

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