Otoplastia: mitos e verdades
A correção das orelhas de abano é uma das cirurgias plásticas mais procuradas no Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o Brasil está entre os primeiros países no mundo em cirurgias de orelha de abano, que são os procedimentos que ajustam o tamanho e a forma das orelhas que se projetam para fora da cabeça.
Apesar de ser uma cirurgia bastante comum, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como ela é feita, quais são os riscos e os benefícios. Para esclarecer essas questões e desfazer alguns mitos, o Dr. Nelsoni de Almeida, otorrinolaringologista e Membro da Academia Brasileira de Cirurgia da Face, traz informações importantes sobre a otoplastia:
A otoplastia corrige somente orelhas proeminentes. MITO. A popular “orelha de abano” é o motivo mais comum para a realização da otoplastia. Trata-se de um conjunto de alterações que projeta as orelhas desproporcionalmente para longe da cabeça, fazendo com que pareçam mais abertas. Mas a otoplastia pode também corrigir o tamanho das orelhas, deformações traumáticas e o lóbulo – quando projetado para frente, ou mesmo se rasgado pelo uso de brincos e piercings.
“Orelha de abano” é uma herança genética. VERDADE. As variantes da anatomia que resultam na proeminência das orelhas são hereditárias, porém não se manifestam em todas as pessoas que têm na sua carga genética a predisposição. No entanto, o mais comum é que as pessoas tenham vários familiares com o mesmo problema.
Seja qual for o caso, é possível reverter a forma das orelhas com moldes. MITO. Algumas terapias, quando aplicadas nas primeiras semanas de vida do bebê, trazem bons resultados por meio da moldagem com aparelhos. Mas após esta fase, a maneira eficaz e tradicional é mesmo a cirurgia.
A otoplastia pode ser realizada em crianças. VERDADE. Recomenda-se fazer a cirurgia a partir dos seis anos de idade, quando a cartilagem das orelhas já atingiu praticamente seu tamanho total. Mas a realização em jovens e adultos também é muito comum.
A otoplastia interfere na audição. MITO. O procedimento é feito de forma inteiramente externa, sem interferência alguma no sistema nervoso da audição.
É preciso usar faixa no pós-operatório. VERDADE. O paciente fica com ataduras por volta de 24 a 48 horas após a cirurgia e, depois, usa uma faixa para proteger a orelha durante a noite, na primeira quinzena do pós-operatório.
As cicatrizes são aparentes. MITO. Há diversas formas da cirurgia, divididas basicamente em técnicas de corte ou de sutura da cartilagem – estas reconstroem de forma mais natural a curvatura das cartilagens. Em todas elas, as cicatrizes são realizadas na região posterior da orelha, tornando a marca praticamente imperceptível.
Os resultados favorecem muito mais que a estética. VERDADE. Orelhas proeminentes são características salientadas na negativa prática do bullying, especialmente entre crianças em idade escolar e adolescentes, e também razão para a insatisfação com a própria imagem em adultos de variadas idades. Sua harmonização é altamente importante para a qualidade da autoestima e bem-estar.
Condição clínica do paciente para ser submetido a uma otoplastia:
A cirurgia de correção de orelhas de abano exige que o paciente deva preencher algumas condições clínicas, como:
- Ter mais de 5 anos de idade, pois é quando a cartilagem da orelha para de crescer;
- Não ter infecções ou doenças crônicas que possam afetar a cicatrização ou a anestesia;
- Não ter alergias a medicamentos ou materiais usados na cirurgia;
- Ter expectativas realistas sobre o resultado e a recuperação.
Além disso, é importante que o paciente passe por uma avaliação médica prévia para verificar se há alguma contraindicação ou risco para a cirurgia. O cirurgião plástico também deve orientar sobre os cuidados pré e pós-operatórios, os possíveis efeitos colaterais e as complicações que podem ocorrer.