Mussum brilha em Gramado e leva seis Kikitos
Documentário sobre o humorista é o grande vencedor do 51º Festival de Cinema de Gramado. Outros destaques foram “Tia Virgínia” e “Mais Pesado é o Céu”
O Festival de Cinema de Gramado chegou ao fim na noite de sábado (19) com uma grande homenagem ao humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum. O documentário “Mussum, O Filmis”, dirigido por Silvio Guindane, foi o grande vencedor da mostra nacional, levando seis Kikitos, incluindo melhor filme, melhor ator para Ailton Graça e melhor filme pelo júri popular. O longa entra em cartaz nas salas de cinema no dia 2 de novembro.
Uma história além do humor
O filme conta a trajetória de Mussum desde sua infância pobre no Morro da Cachoeirinha até sua consagração como um dos integrantes do grupo Os Trapalhões. Além de mostrar sua carreira artística, o documentário revela aspectos menos conhecidos de sua vida, como sua paixão pela música, sua religiosidade e seu ativismo social.
O diretor Silvio Guindane, que estreou na direção de longas com este projeto, agradeceu ao público e ao júri pelo reconhecimento. “O cinema me salvou. A arte salva, o cinema salva, e hoje eu estou retornando a este Festival, e um dia eu fui ao circo, um dia eu li um livro, e um dia eu comecei a fazer cinema, ainda criança aqui neste Festival”, disse ele, que recebeu Prêmio Especial do Júri em 1996 por sua atuação no filme “Como Nascem os Anjos”.
Ailton Graça, que interpretou Mussum no filme, dedicou seu prêmio à mãe do humorista, Dona Malvina. “Ela me disse que eu era o filho que ela não teve”, contou ele emocionado. Ele também relembrou sua infância humilde e seu sonho de ser ator. “Essa é a primeira vez que estou recebendo um prêmio, e isso começou quando eu era criança e minha mãe perguntou para mim e meu irmão o que queríamos ser. Eu disse carroceiro, advogado, engenheiro agrônomo, cientista, professor… e sendo ator eu posso ser tudo isso”, celebrou.
Mussunzinho, filho de Mussum, também esteve presente na cerimônia e elogiou o trabalho da equipe do filme. “Vocês retrataram de uma forma perfeita o velho (Mussum), e eu vou ter o maior prazer de daqui a alguns anos sentar com o meu filho e mostrar ele da forma mais aproximada que eu poderia mostrar”, disse ele.
Outros premiados
Além de “Mussum, O Filmis”, outros dois longas se destacaram na premiação: “Tia Virgínia”, que levou cinco Kikitos, incluindo melhor direção para Fábio Meira e melhor atriz para Vera Holtz; e “Mais Pesado é o Céu”, que levou quatro troféus, incluindo melhor roteiro para Pedro Severien e melhor atriz coadjuvante para Clarissa Pinheiro.
Entre os longas-metragens gaúchos, o destaque foi o filme “Hamlet”, de Zeca Brito, que levou cinco Kikitos: melhor filme, melhor direção, melhor ator para Fredericco Restori, melhor fotografia e melhor montagem.
Na mostra de curtas-metragens brasileiros, o vencedor foi “Anhangabaú”, de Lufe Bollini, que retrata a história do primeiro cineasta negro do Brasil, Adhemar Gonzaga. O filme levou três Kikitos: melhor filme, melhor direção e melhor roteiro.
A noite ainda prestou uma homenagem à Léa Garcia, com público novamente de pé aplaudindo a atriz. Ela recebeu o Troféu Oscarito, que reconhece a trajetória de grandes nomes do cinema nacional. Na lembrança do ‘in memorian’, foram homenageados outros talentos do audiovisual que faleceram no último ano, como Paulo José, Eva Wilma e Orlando Drummond.
O 51º Festival de Cinema de Gramado foi realizado de forma híbrida, com sessões presenciais no Palácio dos Festivais e transmissão online pela plataforma Canal Brasil Play. O evento contou com a participação de 34 filmes, sendo 14 longas-metragens e 20 curtas-metragens, e teve como tema “O cinema nos une”.
CONHEÇA OS PRÊMIOS DO 51º FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO:
Longas-metragens Brasileiros
Melhor Filme: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane
Melhor direção: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor ator: Aílton Graça, por “Mussum, O Filmis”
Melhor atriz: Vera Holtz, por “Tia Virgínia”
Melhor Roteiro: Fábio Meira, por “Tia Virgínia”
Melhor Fotografia: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor Montagem: Firmino Holanda e Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor Trilha Musical: Max de Castro, por “Mussum, O Filmis”
Melhor Direção de Arte: Ana Mara Abreu, por “Tia Virgínia”
Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por “Mussum, O Filmis”
Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, “Mussum, O Filmis”
Melhor Desenho de Som: Rubem Valdés, por “Tia Virgínia”
Prêmio especial do júri: Ana Luiza Rios de “Mais Pesado é o Céu”
Menção Honrosa: Vera Valdez, por “Tia Virgínia”
Menção Honrosa: Martin Macias Trujillo, por “Mussum, O Filmis”
Júri da Crítica: “Tia Vírginia”, de Fábio Meira
Júri Popular: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane
Prêmio SEDAC/IECINE de Longas-metragens Gaúchos
Melhor filme: “Hamlet”, de Zeca Brito
Melhor direção: Zeca Brito, por “Hamlet”
Melhor ator: Fredericco Restori, por “Hamlet”
Melhor atriz: Carol Martins, por “O Acidente”
Melhor roteiro: Marcelo Ilha Bordin e Bruno Carboni, de “O Acidente”
Melhor fotografia: Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito, por “Hamlet”
Melhor direção de arte: Richard Tavares, de “O Acidente”
Melhor montagem: Jardel Machado Hermes, de “Hamlet”
Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz, por “Céu Aberto”
Melhor trilha Musical: Rita Zart e Bruno Mad, por “Céu Aberto”
Júri Popular: “Sobreviventes do Pampa”, de Rogério Rodrigues
Longas-metragens Documentais
Melhor Filme: “Anhangabaú”, de Lufe Bollini
Curtas-metragens Brasileiros
Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, por “Sabão Líquido”
Melhor Trilha Musical: Mano Teko e Aquahertz, por “Yãmî-Yah-Pá”
Melhor Direção de Arte: Felipe Spooka e Jacksciene Guedes, por “Casa de Bonecas”
Melhor Montagem: Luiza Garcia, por “Camaco”
Melhor Roteiro: Fabiano Barros e Rafael Rogante, por “Ela Mora Logo Ali”
Melhor Fotografia: Morzanel Iramari, por “Mãri-Hi – A árvore do Sonho”
Melhor Atriz: Agrael de Jesus, por “Ela Mora Logo Ali”
Melhor Ator: Phillipe Coutinho, por “Sabão Líquido”
Prêmio Especial do Júri: “Mãri-Hi – A Árvore do Sonho”
Menção Honrosa: “Cama Vazia”, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
Melhor Curta Júri da Crítica: “Camaco”, de Breno Alvarenga
Melhor Filme pelo Júri Popular: “Ela Mora Logo Ali’, de Fabiano Barros e Rafael Rogante
Melhor Direção: Mariana Jaspe, por “Deixa”
Melhor Filme: “Remendo”, de Roger Ghil
Prêmio Canal Brasil de Curtas: “Yãmî-Yah-Pá”, de Vladimir Seixas
Mostra de Filmes Universitários
Melhor filme: Cabocolino, de João Marcelo.