Durante a menopausa, ocorre uma redução significativa na produção de hormônios sexuais femininos, tais como o estrogênio e a progesterona. Essa diminuição hormonal pode ocasionar diversas alterações físicas e hormonais que têm impacto na libido e na satisfação sexual das mulheres. Nesse Dia Mundial da Menopausa, 18 de outubro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a importância do acompanhamento médico nesse período da vida das mulheres.
Em geral, a menopausa se manifesta entre os 40 e 55 anos, marcando o término da fase reprodutiva feminina. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que o Brasil tenha aproximadamente 29 milhões de mulheres que estejam no climatério ou na menopausa, representando 7,9% da população feminina do país.
“As mulheres passam um terço ou mais de suas vidas na fase da pós-menopausa. A menopausa é a parada definitiva das menstruações, representando um marco: a última menstruação”, diz o Dr. Luciano de Melo, presidente da Comissão de Climatério da FEBRASGO.
O especialista explica que existe a fase da transição menopausal e que o climatério abrange toda a passagem do período reprodutivo para o não-reprodutivo, indo até a última menstruação. “Nesta fase, a mulher já apresenta alterações menstruais e, frequentemente, já começa a ter sintomas da menopausa, tais como as ondas de calor. Todavia, ela ainda apresenta ciclos menstruais (irregulares), mas os apresenta”, completa Melo.
Menopausa precoce
Conhecida também como insuficiência ovariana prematura, a menopausa precoce é quando o ovário deixa de produzir os hormônios e a mulher entra em menopausa, parando de menstruar totalmente antes dos 40 anos.
O médico esclarece que na maioria das vezes é difícil determinar uma causa, o que a medicina denomina como idiopática. “Claro que deve existir uma causa por trás da menopausa precoce idiopática, mas ainda não existem exames que consigam detectar que causa é essa. Entretanto, em muitos casos é possível a detecção do que causa a menopausa precoce, por exemplo, doenças autoimunes, quando corpo produz anticorpos contra o próprio organismo; tratamentos oncológicos como quimioterapia e radioterapia; fatores genéticos e cromossômicos”, destaca o ginecologista.
Causas
A ginecologista Lucia Helena Simões, vice-presidente da Comissão de Climatério da FEBRASGO, esclarece que os principais sintomas da menopausa, na verdade, são muitos, por exemplo vasomotores que são as chamadas ondas de calor os muitas vezes acompanhado de sudorese, palpitação, despertar noturno. “A mulher pode ter uma onda de calor e acaba acordando várias vezes à noite, tendo dificuldade para voltar a pegar no sono, então isso leva a insônia, cansaço, indisposição, alterações psicológicas, ansiedade, irritabilidade, humor mais depressivo ou agravamento de uma depressão que ela já pode ter. Problemas vaginais, ressecamento vaginal, dor para ter relações sexuais, incontinência urinária alterações da memória também podem ser outros exemplos de consequências”, explica a especialista.
Alteração de humor
A médica da FEBRASGO fala sobre como é momento de alteração de humor na vida das mulheres: “Existem outras condições que acontecem nesse período da vida da mulher que podem agravar o estado de humor, como problemas psicológicos. Por exemplo, a síndrome do ninho vazio, em que os filhos chegam à fase adulta e vão saindo de casa, logo a mulher se vê sozinha ou somente com o parceiro, e isso pode acarretar alterações de humor. Do ponto de vista de carreira de trabalho, também pode haver algum comprometimento, e essas são outras questões sociais que envolvem esse período”.
Tratamento
A Dra. Lúcia diz que para aliviar os sintomas a mulher pode recorrer à terapia hormonal. O tratamento do climatério se baseia em orientação alimentar, atividade física, aporte psicológicos necessários e terapia de reposição manual para controle dos sintomas, além outras medicações não hormonais quando a mulher não pode ou não deseja usar a terapia de reposição hormonal. “A terapia é feita de forma individualizada, levando em consideração as necessidades da mulher e os riscos que cada mulher apresenta”, completa a especialista.