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São Leopoldo tem mais de 1400 medidas protetivas concedidas em 2023

Nesta quinta-feira, 9/11, encerra formação para equipes que atendem mulheres vítimas de violência no município

O município de São Leopoldo teve 1435 medidas protetivas concedidas pela Justiça até o final de outubro determinando o afastamento dos agressores das vítimas. No mesmo período foram registrados 734 boletins de ocorrência relativos à violência contra as mulheres, envolvendo um feminicídio, três tentativas de feminicídio, 30 estupros, 284 lesões corporais e 416 ameaças.

“Esses dados, contém histórias de vida de mulheres, e ainda há muita subnotificação. A gravidade é muito maior”, registra a psicóloga Thaís Pereira que coordena o projeto Todas Vivas! para qualificar o atendimento na rede de acolhimento às mulheres vítimas de violência deste município do Vale do Sinos. Nesta quinta-feira, 9/11, encerra a formação especializada para profissionais que integram as equipes que atendem mulheres vítimas de violência em São Leopoldo. “Os profissionais precisam ser sensibilizados de forma permanente para que as mulheres se sintam seguras e acolhidas, acessem os serviços e possam sair das situações de violência”, destaca a coordenadora da formação que será na Escola de Gestão da Prefeitura, das 8h30 as 12h30.

Nesta atividade será abordada a forma de acolhimento, protocolos e fluxos de atendimento. O projeto iniciou em julho abordando todos os aspectos que envolvem o tema com a realização de oito encontros. Um guia com todo o conteúdo será lançado dia 1º de dezembro.

“Cada vez mais a crueldade se intensifica. As mulheres são degoladas, queimadas, assassinadas a pauladas, espancadas uma noite inteira sem receber ajuda de ninguém e deixadas na rua para morrer, entre outras várias formas extremamente cruéis. O Brasil é o 5º país no mundo que mais mata mulheres em razão do seu gênero e o país que mais mata pessoas trans, a maioria mulheres trans e travestis”, alerta a especialista em violência de gênero.

RS emite uma média de 459 Medidas Protetivas por dia

No Rio Grande do Sul, uma mulher é agredida a cada 22 minutos e ocorre um feminicídio a cada quatro dias. Em média, são emitidas diariamente 459 Medidas Protetivas no estado, mesmo com esse enorme volume, apenas 20% das vítimas de feminicídio em 2022 tinham esta proteção. Em 2022, foram 110 feminicídios e outras 262 tentativas registradas. Em uma década, são mais de mil vítimas no RS. No Brasil, ocorre um assassinato por razão de gênero a cada sete horas.

O projeto Todas Vivas! é dirigido a equipes que atuam em saúde, segurança, assistência social, justiça, Conselho de Direitos da Mulher, defensoras e ativistas do movimento feminista para promover atendimento humanizado e acolhedor.

Além do curso, o projeto realiza diagnóstico da rede de enfrentamento e assessoramento à gestão. “Comparativamente a muitos municípios, São Leopoldo conta com uma rede bem estruturada para o acolhimento a este público”, pontua a especialista.

O Projeto Todas Vivas! é uma parceria da ONG Coletivo Feminino Plural com a Prefeitura de São Leopoldo por meio da Secretaria de Políticas Para as Mulheres (Sepom), viabilizada por meio de emenda parlamentar da Deputada Federal Maria do Rosário.

SERVIÇO

Conclusão do Projeto Todas Vivas! em São Leopoldo
Quinta-feira –9/11– 8h30 às 12h30 – Escola de Gestão –
– Prefeitura de São Leopoldo – 2º andar (Rua Dom João Becker, 754).
femininoplural.org.br – coletivofemininoplural@gmail.com

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