Saúde

Mau hálito e boca seca podem ser sinal de diabetes

Sociedade Brasileira de Diabetes alerta para a importância de investigar as causas do mau hálito e inflamações na gengiva

No Dia Mundial da Saúde Bucal, em 20 de março, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta para a importância de investigar as causas da halitose (mau hálito), que pode ser resultado do aumento da curva glicêmica. Além dos cuidados com a aparência dos dentes e com a capacidade de mastigar alimentos com eficiência, a boca pode trazer importantes indicativos sobre a saúde de nosso corpo.

Primeiro órgão dos sistemas respiratório e digestivo, a boca é composta por diversas conexões ligadas a todo o corpo por vasos e estruturas celulares: o sangue que circula no coração passa pelos rins, fígado, estômago e por todos os outros canais do corpo, inclusive gengivas.

Saúde bucal de pessoas com diabetes

Segundo Cintia Rocha, cirurgiã-dentista pela PUC-MG e especialista em dentística, alterações bucais podem ser um indicador precoce de condições sistêmicas que o paciente está vivendo.

“Uma pessoa com diabetes pode apresentar alterações no hálito especialmente quando a curva glicêmica está desregulada. Isso pode acontecer principalmente quando o paciente ainda não sabe que é diabético. A halitose é desenvolvida devido à presença de corpos cetônicos, que são causadores de odores semelhantes a frutas apodrecidas”, explica. “Mais um ponto de atenção é a sensação de boca seca, que também acontece quando a glicemia está elevada, causando uma hipossalivação e, consequentemente, alteração do paladar e do hálito”, complementa a Cintia.

Outro ponto de atenção relacionado à saúde bucal de pacientes com diabetes é a periodontite, caracterizada por uma inflamação na gengiva. Segundo o estudo “Diabetes and Oral Health: A Case-control Study”, a prevalência da doença foi maior em pessoas com diabetes (92,6%) quando comparada aos não diabéticos (83%).

De acordo com Janaína Bononi Rossin, dentista e Especialista em Periodontia pela FORP-USP, a periodontite é associada ao maior aumento de resistência à insulina, podendo elevar o risco de complicações no paciente, pois essa resistência não permite que a curva glicêmica diminua.

“O tratamento da periodontite consegue controlar clinicamente o nível de hemoglobina glicada nas pessoas com diabetes tipo 2. Ou seja, o acompanhamento profissional ajuda o paciente a controlar a glicemia”, complementa.

Prevenção e tratamento

Segundo Mariana Fogacci, professora de periodontia na UFPE e coordenadora do Departamento de Saúde Bucal da SBD, a halitose pode ser cuidada mantendo o diabetes na meta glicêmica. Já o mau hálito e as descompensações glicêmicas causadas pela inflamação da gengiva precisam ser acompanhadas e tratadas regularmente com o periodontista (especialista em gengiva).

Diante de um diagnóstico de periodontite, a pessoa com diabetes precisa tratar a inflamação e ser orientada sobre essa condição, além de receber instruções sobre como melhorar e manter sua higiene bucal em dia.

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