Em São Leopoldo, o nível do Rio dos Sinos atingiu 7,10m às 7h20 da manhã desta sexta-feira (3). É o maior nível de elevação da história do rio, superando as enchentes de 1941 e a de 1965, quando não haviam os diques de proteção contra cheias. A medição foi realizada na Régua da Rua da Praia pela Defesa Civil e o rio apresenta elevação média de 6 a 7 cm por hora neste momento. Às 2h, o nível do rio era de 6,74m, superando a marca histórica de inundação de 2013, quando registrou 6,68m. Às 3h, chegou a 6,80m.
O Rio dos Sinos – como a totalidade das bacias hidrográficas do Estado – recebeu um volume de água acima da capacidade média de vazão, incorrendo no crescimento abrupto do seu nível, alimentado ainda pelos seus arroios e afluentes.
O prefeito Ary Vanazzi acionou secretarias e órgãos de governo ainda na madrugada desta sexta-feira com a finalidade de tomar medidas de segurança e abrir de forma emergencial o Ginásio Municipal Celso Morbach para moradores dos bairros Vicentina, São Miguel e Vila Brás, pois os diques estão na cota de alerta.
Segundo o geólogo da prefeitura Antônio Ogeski, que ajudou os alemães na construção dos diques de contenção do Rio dos Sinos e atua na manutenção dos mesmos, o volume de água represado no Guaíba e a quantidade de água que está recebendo dos seus afluentes da bacia, está prejudicando a vazão do Rio dos Sinos. “Não estamos falando de rompimento (do dique), e sim de alerta. O dique está na sai cota de alerta e como o Guaíba está cheio, está prejudicando mais o Sinos”, disse.
Força-Tarefa auxilia na remoção de moradores
As equipes da Força-Tarefa criadas pela Prefeitura de São Leopoldo trabalham incansavelmente nas últimas 72h para auxiliar na remoção de famílias atingidas pelo grande volume de chuva registrado desde a tarde de sábado, dia 27 de abril, que causa uma enchente sem precedentes no Rio dos Sinos.
No decorrer desta quinta e madrugada de sexta-feira (3), com a elevação constante do nível do Rio dos Sinos, intensificou-se ainda mais a retirada de famílias em diversas localidades, principalmente nas comunidades próximas aos locais de inundações.
A Força-Tarefa atua em diferentes frentes para auxiliar na remoção de famílias do Loteamento São Geraldo, bairro Feitoria, uma das localidades mais atingidas, principalmente nas ruas Alberto Ramos, Otto Daudt, Carlos Bier, Frederico Meier, Pottenstein e beco da Eugenio Emilio Diaz, além de moradores da Santos Dumont, Vicentina, Paim, Campina, Pinheiro, Jardim Fênix e Chácara dos Leões na Brás.
Para a retirada das pessoas, as equipes estão usando de todos os recursos disponíveis, inclusive de barcos para poderem chegar aos locais de difícil acesso. Na São Geraldo, houve ainda muitas solicitações para desligamento de energia elétrica em residências e casos de famílias que nunca tinham saído de suas casas em outras ocasiões de inundações.
Mais de 400 desabrigados
Segundo a Secretaria de Assistência Social (SAS), até o momento mais de 400 pessoas desabrigadas estão em 4 abrigos organizados pela Secretaria de Assistência Social (SAS): Paróquia Santo Inácio de Loyola, bairro Rio dos Sinos, Centro de Espiritualidade Padre Arturo (Cepa), Arroio da Manteiga, Associação dos Meninos e Meninas de Progresso (Ammep), Santos Dumont e CTG Candeeiro, bairro São Geraldo.
Avenida Imperatriz com trânsito interrompido
A Guarda Civil Municipal (GCM) teve que bloquear o trânsito de veículos da avenida Imperatriz sentido bairro-centro na noite de quinta-feira, devido ao alagamento da pista, uma vez que as águas do Rio dos Sinos atingiram o Parque Imperatriz e adjacências. A orientação aos motoristas que se deslocam da Zona Leste é utilizar a avenida Feitoria.
Emergência
A Defesa Civil de São Leopoldo trabalha em regime de plantão e atende pelos telefones (51) 99117-8291 e (51) 98924-7852.
O Corpo de Bombeiros de São Leopoldo atende pelo telefone 193 ou (51) 3579-0450.
Qualquer situação de danos causados pela instabilidade do tempo a população pode buscar auxílio nos nossos canais oficiais de comunicação.
Em caso de rajadas de vento não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.