Saúde

Tratamento para feridas profundas é indicado para pé diabético

O pé diabético, caracterizado por uma ferida que não cicatriza, tem tendência a infeccionar e tornar-se uma úlcera, é uma das complicações mais comuns decorrentes do diabetes. Para o tratamento das feridas do pé diabético, o novo tratamento por meio de matrizes dérmicas é recomendado.

As matrizes são como folhas, bem finas, que são colocadas nas feridas e para estimular a cicatrização da pele promovendo a regeneração dérmica de qualidade. Segundo dados da Sociedade Internacional de Pé Diabético, existem 173 milhões de pessoas com diabetes no mundo. Destes, cerca metade sofrerá algum tipo de amputação decorrente da doença e 50% deste grupo, terá reincidência e amputará outros membros.

No Brasil os números também são preocupantes: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 16 milhões de pessoas sofrem com a doença no país e 70% das amputações no Brasil são decorrentes do pé diabético, o que representa 55 mil amputações ao ano. Ainda neste montante, 85% é resultado de feridas nos membros inferiores.

Maria da Guia De Luna, 60 anos, descobriu o diabetes tipo dois a 10 anos. Desde então os cuidados com alimentação e saúde foram revistos e adaptados: Maria iniciou atividade física e regulou a alimentação, mas em agosto do ano passado, uma prateleira quebrada em casa feriu o pé e acabou com a rotina dela. “Vinte dias depois do acidente, eu estava internada, sem previsão de alta e com a indicação de amputação do pé pela profundidade da ferida formada”, relata.

Desde que o cirurgião plástico Marcelo Borges assumiu o tratamento, a vida de Maria da Guia mudou: da cadeira de rodas voltou a andar dois meses depois da cirurgia. Dr. Marcelo, que também é sócio fundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras, conta que a paciente teve indicação para amputação do pé e precisou fazer uma desobstrução das artérias, antes de iniciar o tratamento com a matriz.

Maria da Guia foi tratada com a matriz dérmica Integra®, laminar. O material existe também na versão fluida (Flowable®) que é aplicado através de uma seringa com injetor flexível, permitindo uma cobertura completa em feridas profundas e cavitárias de forma minimamente invasiva. As matrizes promovem a regeneração da pele mais rapidamente que os enxertos principalmente para quem têm diabetes e a dificuldade de cicatrização característica do pé diabético.

Até então, os tratamentos existentes para casos de pés diabéticos são paliativos e utilizados de acordo com cada situação. Em casos mais brandos é possível utilizar bandagens, antibióticos, curativos de pressão negativa, entre outros. Porém, em casos avançados, é mais difícil reverter o quadro. Mesmo com todos os cuidados, a ferida pode demorar meses ou até anos para fechar, o que pode trazer uma série de complicações como maior suscetibilidade a infecções, de acordo com o médico.

Os tratamentos não tem contraindicação em pacientes com infecção controlada e pode ser utilizado por pessoas de qualquer idade.

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