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Relatório do Banco Mundial: um em cada dois jovens brasileiros pode ficar de fora do mercado de trabalho

Um em cada dois jovens brasileiros corre o risco de ficar de fora do mercado de trabalho. É o que revela o recente relatório “Competências e Empregos: Uma agenda para a juventude”, divulgado pelo Banco Mundial. O estudo avalia os principais desafios que a juventude brasileira enfrenta para alcançar bons índices de inserção no mercado de trabalho.

De acordo com o relatório do Banco Mundial, o falho sistema educacional brasileiro compromete a empregabilidade dos jovens. O documento aponta que 52% da população jovem brasileira, quase 25 milhões de pessoas, estão em risco de desengajamento produtivo. Entre estes jovens estão 11 milhões dos chamados “nem-nem”, aqueles que nem trabalham, nem estudam.

“A falta de qualificação dos jovens é um problema crônico e sistêmico, fruto de um sistema de ensino defasado e precário. Essa juventude precisa de qualificação adequada à realidade do mercado de trabalho e não é isso normalmente o que vemos por aí. Precisamos de uma educação de qualidade se quisermos competir com outros mercados. E tudo isso passa por uma boa qualificação desses jovens”, explica Beth Callia, coordenadora do Formare, programa da Fundação Iochpe, que oferece formação profissional, em parceria com empresas de grande porte, para jovens do ensino médio de famílias em situação de vulnerabilidade social.

Em 30 anos de existência, o Programa Formare já qualificou 21mil jovens para o mercado de trabalho, sendo que 80% deles entraram no mercado de trabalho logo após o término do curso. Hoje, o programa conta com 1.300 alunos em formação, 43 parceiros e 68 unidades.

Um dos muitos casos de inclusão e transformação pessoal é a história de Elias Leite, ex-aluno do Formare na indústria mecânica Bardella.  “Há 10 anos fui aluno do Formare na Bardella, em Guarulhos. Sem dúvidas o programa mudou minha vida e todo o caminho profissional que trilhei até hoje. Foi um período inesquecível, cheio de desafios e algo que levarei para o resto da vida: perspectiva. Através do Formare consegui ser efetivado na Bardella, e tive inclusive o prazer de me tornar um educador-voluntário para turmas posteriores. Hoje tenho 28 anos, sou publicitário e, embora eu não trabalhe mais na Bardella, mantenho o prazer por ensinar e compartilhar conhecimento. O Programa Formare transformou tanto minha formação profissional quanto pessoal”, relata.

Ensino por Competências

O relatório publicado pelo Banco Mundial sustenta que, para conduzir o país a níveis mais elevados de renda e a uma sociedade mais equitativa, os jovens deverão estar no centro de uma agenda de reformas políticas e educacionais relativas a competências e empregos.

O relatório argumenta que as expectativas de um crescimento econômico a médio prazo tornam ainda mais urgente a inserção dos jovens e o aprimoramento de suas competências para o mercado de trabalho. Portanto, o aprendizado por competências torna-se parte do capital humano brasileiro e determina as perspectivas de produtividade e inclusão.

Alinhado com as conclusões apontadas pelo estudo do Banco Mundial, o Formare inaugurou uma nova proposta pedagógica em 2017, na qual o ensino é pautado pelas competências. “Adotamos uma metodologia inovadora de desenvolvimento de competências, que integra teoria e prática num movimento de ação-reflexão-ação. Para apoiar essa mudança metodológica, elaboramos novos instrumentos de apoio: planos de ensino para os educadores e guias do aluno para os jovens em formação”, comenta José Kuller, coordenador pedagógico da Fundação Iochpe.

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