Aula especial marca início de curso oferecido pelo Cemei, em Esteio

Oportunizar a troca de conhecimentos entre terapeutas que trabalham com o autismo e profissionais das escolas da Rede Municipal de Educação que precisam atender a alunos com o transtorno. Esse é o objetivo da terceira edição do curso “Interfaces Entre a Clínica e a Escola” iniciado na noite desta quarta-feira (4) com uma aula aberta no auditório da Câmara de Vereadores de Esteio. A capacitação, oferecida pelo Centro Municipal de Educação Inclusiva (Cemei), será realizada até o dia 4 de julho. As aulas serão todas as quartas-feiras, das 18h às 20h, no Salão Nobre da Prefeitura de Esteio (Rua Eng. Hener de Souza Nunes, 150). Ao todo, 75 profissionais se inscreveram para a qualificação.

O prefeito Leonardo Pascoal participou de parte da aula e, no final, agradeceu a participação dos profissionais que se inscreveram para o curso e também ao trabalho realizado pelo Cemei. “Teremos, nesta série de encontros, um aprofundamento do conhecimento importante dentro de nossa política inclusiva”, afirmou. Pascoal lembrou que na segunda-feira (2) foi o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e frisou que a Secretaria Municipal de Educação (SME) está atendendo a 100% da demanda por auxiliares de inclusão, profissionais que acompanham alunos que necessitam de um atendimento especial, auxiliando os professores em sala de aula. O prefeito aproveitou para afirmar que será ampliado o número de profissionais que atendem no Cemei. “Esta é uma das 112 metas do ano da Secretaria de Educação. Vamos oferecer, também, terapeuta ocupacional, músico terapeuta e arte terapeuta”, elencou. “Nós atendemos um número pequeno de alunos com necessidades especiais, mas são alunos que precisam do olhar diferenciado do Poder Público”, destacou.

No encontro, a psicologa do Cemei Cláudia Sanini, especialista em Psicologia Escolar pela PUC-RS e doutora em Psicologia pela UFRGS com tese sobre o Transtorno do Espectro Autista, falou sobre o autismo que, segundo pesquisas norte-americanas, atinge uma em cada 68 crianças. Cláudia apresentou dados de seus estudos, falou de características das pessoas autistas e também deu exemplos de como agir em algumas situações específicas. Para a especialista, é possível que o autista conviva bem na sociedade e desenvolva interações sociais de diferentes níveis, sendo necessário que as pessoas que o cercam (parentes, amigos, professores) tenham certos cuidados que o ajudem a compreender melhor as diferentes situações. “A competência social pode ser aprendida e a escola regular é muito positiva neste sentido. Na escola, a criança pode aprender, cada um no seu tempo. Só é necessário um olhar diferenciado para quem tem autismo”, afirmou.

A coordenadora do Cemei, Cristina Proença Cardoso, explicou que, nos próximos encontros, os demais profissionais que atuam na instituição vão também tratar do autismo. Psicólogas, fonoaudiólogas, psicoterapeutas, psicopedagogas, orientadoras educacionais e assessoras de inclusão vão falar sobre o transtorno, sempre com o viés em suas áreas de atuação.

Atualmente, 49 alunos da Rede Municipal de Educação foram diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista. Os que tem um grau mais elevado do transtorno são acompanhados por auxiliares de inclusão durante as atividades escolares.

No final do encontro, a presidente do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência (Compede), Ligia Leal, que é deficiente visual, elogiou a iniciativa do curso. “Quero agradecer, também, pelo carinho e olhar diferenciado que o poder público está tendo em relação aos deficientes de nossa cidade”, afirmou.

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