Saúde

10 mitos sobre comportamentos suicidas

O médico psiquiatra e especialista em saúde mental Ricardo Frota traz os 10 mitos mais comuns sobre comportamentos suicidas:

Mito 1: As pessoas que falam sobre o suicídio não farão mal a si próprias, pois querem apenas chamar a atenção. “Isto é FALSO. A família e as pessoas mais próxima devem tomar as precauções necessárias sempre que confrontado por um indivíduo que fale de ideação, de intenção ou de um plano suicida. Todas as ameaças de se fazer mal devem ser levadas muito a sério”.

Mito 2: O suicídio é sempre impulsivo e acontece sem aviso. “Também é FALSO. Morrer pelas próprias mãos pode parecer ter sido impulsivo, mas o suicídio pode ter sido ponderado durante algum tempo. Muitos indivíduos suicidas comunicam algum tipo de mensagem verbal ou comportamental sobre as suas ideações da intenção de se fazerem mal”.

Mito 3: Os indivíduos suicidas querem mesmo morrer ou estão decididos a matar-se. “Completamente FALSO. A maioria das pessoas que se sentem suicidas partilham os seus pensamentos com pelo menos uma outra pessoa, ou ligam para uma linha telefónica de emergência ou para um médico, o que constitui prova de ambivalência, e não de empenhamento em se matar”.

Mito 4: Quando um indivíduo mostra sinais de melhoria ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo. “FALSO. Na verdade, um dos períodos mais perigosos é imediatamente depois da crise, ou quando a pessoa está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada e em perigo de se fazer mal. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em risco”.

Mito 5: O suicídio é sempre hereditário. “Isso é FALSO. Nem todos os suicídios podem ser associados à hereditariedade e estudos conclusivos são limitados. Uma história familiar de suicídio, no entanto, é um fator de risco importante para o comportamento suicida, particularmente em famílias onde a depressão é comum”.

Mito 6: Os indivíduos que tentam ou cometem suicídio têm sempre alguma perturbação mental. “Isso também é FALSO. Os comportamentos suicidas têm sido associados à depressão, abuso de substâncias químicas, esquizofrenia e outras perturbações mentais, além de aos comportamentos destrutivos e agressivos. No entanto, esta associação não deve ser sobrestimada. A proporção relativa destas perturbações varia de lugar para lugar e há casos em que nenhuma perturbação mental foi detectada”.

Mito 7: Se um médico ou um terapeuta falar com um cliente/paciente sobre suicídio, ele estará dando ideia de suicídio à outra pessoa. “FALSO. Um médico ou um terapeuta obviamente não causa comportamento suicida simplesmente por perguntar aos clientes/pacientes se estão considerando fazer alguma a si próprio. Na verdade, reconhecer que o estado emocional do indivíduo é real, e tentar normalizar a situação induzida pelo estresse são componentes necessários para a redução da ideação suicida”.

Mito 8: O suicídio só acontece com “aqueles outros tipos de pessoas, ” não a nós. “Completamente FALSO. O suicídio acontece a todos os tipos de pessoas e encontra-se em todos os tipos de sistemas sociais e de famílias”.

Mito 9: Após uma pessoa tentar cometer suicídio uma vez, nunca voltará a tentar novamente. “Também completamente FALSO. Na verdade, as tentativas de suicídio são um preditor crucial do suicídio”.

Mito 10: As crianças não cometem suicídio dado que não entendem que a morte é final e são cognitivamente incapazes de se empenhar num ato suicida. “FALSO. Embora seja raro, as crianças cometem suicídio e, qualquer gesto, em qualquer idade, deve ser levado muito seriamente”.

Dadas estas concepções erróneas acerca do suicídio, o movimento do Setembro Amarelo vem para alertar que os números têm aumentando principalmente entre a população jovem. Este movimento é mundial e ocorre no Brasil desde 2014. Ele tem duração de 30 dias e no dia 10 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Ele foi trazido ao Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

Dr. Ricardo Frota [CRM-SP: 142853], é médico psiquiatra, especialista em comportamento humano e saúde mental, é também palestrante, empresário dono da empresa RF. Graduado em Medicina pela Universidade Iguaçu (UNIG-RJ), pós-graduado em Medicina da Dor pelo Hospital Albert Einstein, em Psiquiatria pela Santa Casa (SP) e pelo Instituto Superior de Medicina e Mestrando em Obesidade e Mindfulness pela Santa Casa (SP). Coach habilitado pelo Certified Coaches Federation, com ênfase em Life Coaching. Palestrante formado pelo curso “Negócio de Palestras”, com Roberto Shinyashiki.

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