Os avanços tecnológicos em melhoramento genético aplicados na produção de trigo têm contribuído muito para aumentar a qualidade e a produtividade do cereal no Brasil. Nas últimas safras, cultivares como TBIO Toruk e TBIO Sossego têm demonstrado resultados positivos de produtividade e, por isso, no último ano foram as mais cultivadas no país. Para as próximas safras, o programa de melhoramento genético da Biotrigo Genética desenvolveu novidades animadoras para os produtores. São tecnologias de ciclos precoces e médio/tardios, trigos branqueadores e, ainda, cultivares de trigo exclusivas para alimentação animal.
E foi no campo experimental da Biotrigo em Passo Fundo/RS, que mais de 200 produtores de sementes de trigo, triticultores, recomendantes e profissionais da indústria moageira do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, se reuniram nesta terça-feira (23) para conhecer o desempenho dessas novidades. Ao longo da manhã foram realizadas palestras sobre o posicionamento das variedades, níveis tecnológicos, qualidade industrial, manejo da cultura do trigo, qualidade de semeadura, segregação e fatores influenciam na lucratividade do produtor. “Ano a ano buscamos fortalecer o nosso programa de melhoramento. Nos dias de campo, procuramos conectar e dialogar com todos elos da cadeia produtiva para entender seus desafios e entregarmos trigos com mais tecnologia e inovação”, disse Lorenzo Mattioni Viecili, gerente comercial da Biotrigo.
Trigo branqueador com potencial agronômico
Para atender ao nicho de mercado que busca uma farinha mais clara e com um bom desempenho na panificação, foi desenvolvida a cultivar de trigo pão, TBIO Duque. Conforme Everton Garcia, supervisor comercial da Biotrigo, o TBIO Duque é o primeiro filho do TBIO Noble com a cultivar mais semeada do Brasil, TBIO Toruk. Em comparação ao TBIO Noble, o TBIO Duque é um trigo pão que fará parte do portfólio aberto da Biotrigo, porém direcionado a trabalhos de segregação em unidades de recebimento. “Além da qualidade industrial para panificação, a cultivar se diferencia entre outros trigos branqueadores do mercado pela excelente sanidade e facilidade na condução da lavoura. Outra vantagem é a ampla área de adaptação, incluindo diversas zonas tritícolas de climas frio e quente”, explica. TBIO Duque entra em multiplicação já na próxima safra e para comercialização em 2020.
Para abrir a semeadura, trigo de ciclo médio/tardio
A cultivar TBIO Ponteiro é uma grande aposta para abrir a semeadura. “Sabemos que uma das principais demandas do agricultor é o melhor aproveitamento de sua área durante o ano inteiro e por isso vamos disponibilizar nas próximas safras o TBIO Ponteiro, uma cultivar de ciclo médio/tardio que possui um potencial de rendimento similar ao TBIO Sinuelo e ainda com destaque ao superior perfil sanitário e pela tolerância ao Alumínio tóxico em anos de estiagem. Tiago De Pauli, supervisor comercial da Biotrigo, falou sobre as características agronômicas da nova tecnologia que será multiplicada em 2019 e comercializada em 2020. “A cultivar TBIO Ponteiro se caracteriza pelo ciclo mais longo o que permite realizar a semeadura mais cedo, ou seja, ser o primeiro trigo a ser semeado na abertura da safra. TBIO Ponteiro traz também um excelente pacote fitossanitário. Essas características permitem trazer maior estabilidade produtiva. Por possuir bom comportamento, mesmo em anos mais secos, será um trunfo para os agricultores e, com certeza, será uma importante ferramenta para combinar com trigos mais precoces”, explicou o agrônomo.
Trigos exclusivos para alimentação animal
O zootecnista da Biotrigo, Ederson Luis Henz, apresentou as cultivares do projeto de trigos para alimentação animal do portfólio e relatou exemplos de pecuaristas que tem alcançado ganhos interessantes na produção de leite e altas produtividades com a cultura no sistema integração lavoura-pecuária. “Em uma lavoura na cidade de Catuípe/RS, a cultivar TBIO Energia I vai chegar nesta safra com 36% de matéria seca e 35 toneladas por hectare de matéria verde na colheita. A cultivar exclusiva para silagem e pré-secado possui ciclo médio com corte precoce, o que permite a antecipação da cultura sucessora de verão e a produção de alimento para serem ofertados durante os períodos do ano de maior escassez, suprindo o déficit de forragem causada por uma frustração na safra de milho.
Uma outra cultivar de trigo é indicada exclusivamente para pastejo. Lenox tem um rebrote bastante rápido, não acama, tem um robusto perfilhamento e está com uma qualidade acima das outras culturas para pastagens. “A capacidade de rebrota da cultivar de trigo Lenox proporciona novos pastejos em poucos dias. Com um bom manejo pós-pastejo, tem potencial de superar 5 cortes com alta carga animal em sistemas de pastejo rotacionado ou contínuo, com intervalo entre 20 a 25 dias,” comenta. A cultivar tem ciclo super tardio e a época de semeadura indicada é para início do período do outono e inverno.
Nas estações tecnológicas também foram apresentadas as cultivares que chegam ao mercado em 2019, TBIO Sonic (superprecoce) e TBIO Audaz (precoce), linhagens inéditas de diversos ciclos e segmentos, além da exposição do manejo para o portfólio TBIO.