Sintomas da Síndrome de Sjogren incluem olho seco
A Síndrome de Sjogren é uma doença autoimune que pode ocorrer isoladamente, nomeada primária, ou atrelada a outros distúrbios do sistema imunológico e reumático, como artrite reumatoide, esclerose sistêmica e lúpus, conhecida como secundária. Nove em cada dez pacientes são mulheres, majoritariamente na menopausa, mas também pode atingir crianças e adolescentes e até causar complicações em grávidas.
O oftalmologista Dr. Maurício Della Paolera (CRM: SP47500) – mestre, doutor e professor assistente da Santa Casa de São Paulo, explica que uma vez que o corpo desenvolve a Síndrome, o organismo passa a atacar as próprias células saudáveis produtoras, principalmente, de saliva e lágrimas. “Ainda não há cura, mas a identificação precoce favorece o controle dos sintomas que afetam a qualidade de vida, como a secura de boca, olhos, vagina, trato respiratório e pele, além do comprometimento de alguns órgãos internos”, relata.
O diagnóstico correto cabe ao reumatologista, mas a suspeita pode ser levantada por médicos de diversas especialidades, como oftalmologistas, dentistas, ginecologistas, dermatos, entre outros. Isso porque os sintomas assemelham-se a outras patologias ou, simplesmente, aos sinais de envelhecimento. “É comum que as mulheres, atribuladas de tarefas, negligenciem a boca seca, a sensação de areia nos olhos e, até mesmo, a secura vaginal. São indícios de que o corpo está pedindo ajuda e precisam ser investigados”, explica Dr. Paolera.
O tratamento precisa envolver o corpo como um todo, com foco em reestabelecer a qualidade de vida do paciente. Para os olhos, o mais indicado é a utilização de lágrimas artificiais, sobretudo para as pessoas que fazem uso constante de lentes de contato e permanecem por muito tempo em ambientes com ar-condicionado, por exemplo. “As lágrimas não têm papel apenas na demonstração de emoções, elas são responsáveis por garantir a lubrificação dos olhos, para que estejam sempre limpos e protegidos da ação externa”, conta o especialista. “Se o olho fica seco e exposto, a córnea pode ser danificada, levando a perda de visão em casos extremos”, acrescenta.
Os colírios feitos à base de carmelose sódica são uma boa opção, já que a substância possui composição parecida com a lágrima natural e age se integrando diretamente nela. “O mais aconselhado é que o paciente busque ajuda médica para minimizar a agressão feita pelo próprio corpo e, junto ao oftalmologista, encontre o tratamento adequado”, finaliza Dr. Paolera.