São Leopoldo debate futuro do SUS com foco em humanização, tecnologia e equidade
11ª Conferência Municipal de Saúde reúne comunidade e gestores para definir propostas que vão nortear o plano municipal até 2029.

Com o objetivo de traçar caminhos concretos para melhorar o atendimento público de saúde, São Leopoldo realizou na quarta-feira (2) a 11ª Conferência Municipal de Saúde, reunindo profissionais, gestores, autoridades e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no auditório da Biblioteca da Unisinos.
O encontro foi marcado pela ampla participação popular e por debates que pretendem se transformar em ações práticas, atendendo as demandas mais urgentes do município, que hoje enfrenta desafios históricos no setor. O tema central desta edição — “O SUS que temos e o SUS que queremos: construindo coletivamente o futuro da saúde em São Leopoldo com humanização, tecnologia e equidade” — reforça o compromisso com um modelo de saúde mais inclusivo, moderno e eficiente.
A vice-prefeita Regina Caetano, representando o prefeito Heliomar Franco, atualmente em missão oficial na Alemanha, destacou o esforço do governo municipal para equilibrar as contas e manter o Hospital Centenário em funcionamento, mesmo com restrições orçamentárias. “Quando assumimos, enfrentamos dívidas acumuladas e atrasos que ameaçavam a continuidade dos serviços. Hoje, reafirmamos nosso compromisso de fazer o máximo para transformar, humanizar e ampliar o acesso à saúde”, declarou Regina, lembrando que a área é historicamente a principal demanda da população.

A secretária municipal da Saúde, Kelbe Gonçalves, reforçou que a nova fase exige investimentos em três frentes essenciais: humanização do atendimento, uso de tecnologia para otimizar processos e equidade, garantindo que todos, independentemente de sua condição social, tenham acesso digno aos serviços. “Cuidar das pessoas exige empatia, inovação e justiça social”, destacou Kelbe, enfatizando que somente um trabalho coletivo pode fortalecer o SUS.
A Unisinos, parceira da prefeitura na formação de profissionais para o SUS, também reforçou seu compromisso durante a abertura do evento. A professora decana Vânia Schneider, que representou o reitor Sérgio Maniucci, ressaltou que a universidade continuará preparando profissionais para atuar com ética e comprometimento dentro da rede pública de saúde.
A mesa de abertura contou ainda com lideranças como Diego Silveira, presidente do Hospital Centenário; Alexandra Camargo, presidente da Fundação Municipal de Saúde; Iara Cardoso, presidente da Câmara de Vereadores de São Leopoldo; a promotora de Justiça Carla Adami; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, José Carlos Pereira; e a representante do Ministério da Saúde, Cristiane Souza de Oliveira.
Durante o evento, a secretária-adjunta Lisiane Bitencourt apresentou um panorama da rede municipal de saúde, enquanto o médico Andre Sassi abordou a importância da atenção primária, um dos pilares para garantir um SUS forte, acessível e acolhedor. Já a psicóloga Ana Carolina Rios Simoni destacou a relevância da saúde mental, especialmente após os impactos da pandemia e da tragédia climática que atingiu o município em 2024.
No período da tarde, os participantes se dividiram em grupos de trabalho que discutiram temas como gestão pública, serviços, estrutura da rede e integração intersetorial. O resultado foi a aprovação de 40 propostas que irão nortear o Plano Municipal de Saúde para o quadriênio 2026/2029, alinhando o município às diretrizes nacionais de fortalecimento do SUS.
A Conferência Municipal de Saúde integra a preparação para a etapa estadual, prevista ainda para este ano, que consolidará as diretrizes que serão levadas à 17ª Conferência Nacional de Saúde, programada para ocorrer em 2026. O diálogo permanente entre governo, profissionais e comunidade é uma das maiores fortalezas do SUS e um caminho indispensável para garantir que a saúde pública avance de forma responsável e sustentável.