Ociosidade na indústria aumenta e produção e emprego caem no RS

Realizada entre 1º e 15 de outubro, a Sondagem Industrial RS, divulgada nesta segunda-feira (29) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), revela que dois importantes indicadores caíram na comparação com agosto. A produção ficou em 46,4 pontos, abaixo da linha divisória dos 50, uma forte redução em relação ao mês anterior, quando alcançou 56,6 pontos. O emprego, por sua vez, passou de 50,9 para 49,1 pontos. “A ociosidade das indústrias aumentou. A Utilização da Capacidade Instalada caiu para 68% em setembro, dois pontos percentuais abaixo de agosto”, alerta o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, ao lembrar que a queda em alguns indicadores é comum em setembro por causa da sazonalidade, especialmente em função de dois feriados no mês.

Já o índice de Utilização da Capacidade Instalada em relação ao nível usual ficou em 41,7 pontos em setembro, mostrando que a UCI, na visão dos empresários, esteve mais distante do usual no mês do que em agosto (46,9 pontos). Assim como a UCI, também os estoques de produtos finais se distanciaram do nível desejado pelas empresas. O índice que mede os estoques em relação ao planejado subiu de 51, em agosto, para 52 pontos, em setembro, o que expressa acúmulo indesejado.

Divulgados trimestralmente, os indicadores de condições financeiras ficaram abaixo dos 50 pontos, apontando a insatisfação dos empresários com a margem de lucro operacional (40,4 pontos) e com a situação financeira (46,3). No trimestre anterior, foram de 39,3 e 47,5 pontos, respectivamente. Outros entraves para a indústria do Rio Grande do Sul no período se encontraram no aumento nos preços das matérias-primas, com 72,4 pontos; e na dificuldade de acesso ao crédito, 39,2.  Acima dos 50 pontos, no primeiro caso, o valor representa aumento, enquanto que, abaixo, no segundo, acesso difícil.

A Sondagem questionou também os empresários sobre as principais dificuldades encontradas no terceiro trimestre. A carga tributária continuou sendo o maior problema, aumentando sua importância em relação ao trimestre anterior: passou de 36,6% para 43,7% das respostas. A demanda interna insuficiente também ganhou relevância ao passar de 30,3% para 34,2%.

EXPECTATIVAS
As expectativas dos empresários gaúchos em outubro, em relação a setembro, revelaram um menor otimismo para os próximos seis meses. A demanda futura caiu de 57,3 pontos para 55,2. O mesmo comportamento foi observado pelos indicadores de compras de matérias-primas (de 54,4 para 53,2 pontos) e de quantidade exportada (de 53,4 para 52,5 pontos). Os empresários gaúchos voltaram a projetar perdas nos próximos seis meses para o emprego: de 50,6 para 49,3 pontos. Resultados acima de 50 indicam perspectivas de crescimento; abaixo, de queda.

A intenção de investimentos também diminuiu em outubro. Apenas 47,3% das empresas responderam que pretendem investir nos próximos seis meses. Em setembro, este percentual era de 50,9%. Para a Sondagem Industrial, foram ouvidas 231 empresas: 57 pequenas, 86 médias e 88 grandes.

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