Porto AlegreRio Grande do Sul

Caingangues compartilharam experiências da medicina tradicional indígena em Porto Alegre

O sétimo encontro dos kujás (líderes espirituais, pronuncia-se kuian) reuniu 10 aldeias caingangues no Morro do Osso, Zona Sul de Porto Alegre, para fortalecer a medicina tradicional indígena. De quinta-feira (8) a sábado (10), os indígenas trocaram experiências e ideias sobre técnicas educacionais aplicadas à saúde das aldeias, incluindo medicamentos tradicionais e formas de parto.

O cacique Valdomiro Vergueiro congregou as lideranças de diferentes aldeias. Um dos pontos recorrentes nas manifestações dos líderes indígenas foi a necessidade de preservação da cultura, mesmo quando integrantes das tribos chegam às universidades, por exemplo. Outro aspecto salientado consistiu na solidariedade internacional em questões como a demarcação de áreas para diferentes tribos.

Segundo Diocela Gonçalves, analista agropecuária e florestal da Divisão Indígena da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), o governo do Estado colaborou na preparação do alojamento para os cerca de 300 participantes do encontro, realizado em uma área entre os bairros Tristeza e Ipanema. O poder público apoia a perpetuação das tradições e práticas indígenas por meio de políticas que têm o objetivo de assegurar bem-estar aos integrantes das comunidades.

Além da troca de informações sobre saúde e soberania, os participantes compartilharam momentos culturais, com a participação de grupos de dança, como das aldeias Campo do Meio e Nonoai, que demonstraram a musicalidade caingangue. Encontros que unem e integram as aldeias ocorrem em todo o interior. Os mais representativos são promovidos em Porto Alegre, quando os conselhos indígenas definem posicionamentos com relação a diferentes temas.

A Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) apoiou a organização do evento, em parceria com a Emater, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a Secretaria Especial da Saúde do Índio, a prefeitura de Porto Alegre, os conselhos Estadual dos Povos Indígenas e Indigenista Missionário, além da Igreja Luterana, por meio do Conselho de Missão entre Povos Indígenas.

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