Está praticamente encerrada a semeadura da soja no Rio Grande do Sul, chegando a 97% do total da área estimada para esta safra, que é de 5.890.619 hectares. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar dia 13, na região Planalto a cultura já foi totalmente implantada; porém no Sul do Estado o plantio está paralisado em razão da falta de umidade no solo, totalizando 85% da área estimada inicialmente. Nesta região há um incremento de área de 7,29% em relação à safra passada e a cultura apresenta boa germinação, emergência e estande de plantas. No geral, as lavouras de soja semeadas no período de final de outubro e início de novembro apresentam stand de plantas irregular nas parcelas.
No Norte do Estado, as áreas replantadas com soja apresentam germinação desuniforme devido à baixa umidade do solo. As sementes que não germinaram estão sadias, necessitando apenas condições ideais de umidade. Uma vez que o período foi seco, a preocupação dos produtores é a falta de umidade do solo, aliado à alta insolação e ao vento seco, que dificultam a germinação dessas lavouras recém-plantadas e a finalização do plantio de soja desta safra.
A cultura do milho está com bom desenvolvimento até o momento e o plantio atinge 93% do total previsto de 738.074 hectares para esta safra no Estado. Deste total, 5% da área está pronta para a colheita, iniciando nos próximos dias, 24% das lavouras estão em enchimento de grãos, 23% em floração e 41% das áreas, em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Em todo o Estado, o milho está em estádio reprodutivo e com alta demanda hídrica. Entretanto, com a falta de chuva, muitas lavouras em desenvolvimento vegetativo e floração começam a apresentar sintomas de folhas murchas e secas nas pontas, com perspectivas de reduzir a produtividade esperada, caso não volte a chover.
Trigo – A safra do trigo foi concluída no RS, com redução em 17,9% (2.760 kg/ha) na região Norte. Foram realizadas 474 perícias de Proagro nesta região em virtude da quebra de safra pelo excesso de chuvas. Obteve-se produção de trigo com variação de pH entre 72 e 76.
Girassol – A colheita das lavouras está iniciando, já que a cultura teve rápido avanço na maturação e perda de água nos grãos em decorrência do clima seco e com forte insolação. As negociações devem ocorrer por contratos já fixados na semeadura das lavouras e devem render boa lucratividade para os produtores. Dos 550 hectares cultivados na Fronteira Noroeste, 60% estão na fase de enchimento de grãos e 40% na fase de maduro.
HORTIGRANJEIROS
Os citros na região de Santa Rosa, encontram-se na fase de floração e formação inicial dos frutos, com exceção do limão Taiti e da laranja Valência, em final de colheita, apresentando excelente qualidade e demanda aquecida. Realizam-se orientações e é recomendado tratamento fitossanitário, em virtude do ataque de larva minadora, pulgões e ácaros. Outras culturas estão com a colheita em andamento e apresentam boa oferta, como pêssegos, banana, jabuticabas, pitanga, entre outras frutas.
A cultura do morango está em plena produção, com ótimos preços. O melão e a melancia apresentam bom desenvolvimento e formação de frutos, inclusive iniciando a colheita e vendas nas feiras de produtores, com boas expectativas de produtividade e qualidade dos frutos. A ameixa está em frutificação e início da maturação, apresentando boa carga de frutos. Uva está em fase final de enchimento de grãos. A cultura neste ano está com produtividade aparente abaixo da safra anterior e com maior incidência de doenças, especialmente míldio relacionada ao clima chuvoso. A colheita deve iniciar em final de dezembro.
PASTAGENS
A situação dos campos nativos ainda é considerada boa, já que o clima até o momento tem sido muito favorável na maioria das regiões do Estado. Nas pastagens em solos rasos, são observados os efeitos das altas temperaturas e do aumento da evapotranspiração. As pastagens perenes e anuais estão com ótimo desenvolvimento e boa disponibilidade para o rebanho. Em termos de pastagens anuais, a predominância é de capim sudão, milheto e sorgo forrageiro. Em relação às perenes, o predomínio hegemônico é do tífton, e também começa a se destacar o capim elefante anão variedade BRS Kurumi.
Na bovinocultura de corte, o nascimento de terneiros já terminou nas propriedades com melhor planejamento. Para os criadores de gado de cria, o momento é de atenção ao manejo reprodutivo, como o preparo dos touros ou aquisições de novos, observação do cio das matrizes, alimentação e controle sanitário. O rebanho está com boa condição nutricional e sanitária, com as infestações por carrapatos controladas. Observam-se em alguns municípios infestações por mosca-do-chifre (Dermotobia irritans) e relatos de aparecimento de bicheiras (miíases), em função das altas temperaturas.
Na ovinocultura, o processo de esquila se aproxima do final e tem gerado inúmeros trabalhos temporários para esquiladores e para trabalhadores de empresas de recebimento e recolhimento da lã. O estado nutricional e sanitário segue melhorando, principalmente dos animais já tosquiados. O clima mais seco segue beneficiando os ovinos, principalmente no tocante à sanidade (com diminuição das frieiras, por exemplo). Os produtores suplementam a alimentação de cordeiros, prevendo abate no Natal e Ano Novo.