Delegados de Polícia do RS entregam reivindicações ao governador Eduardo Leite

Presidente da ASDEP, Cleiton Freitas, entregou ofício em um café da manhã realizado na quarta-feira (6)

A diretoria da Associação dos Delegados de Polícia do RS (ASDEP) promoveu, nesta quarta-feira (6), um café da manhã para receber o governador Eduardo Leite, o vice-governador e Secretário da Segurança, delegado Ranolfo Vieira Júnior, a Chefe de Polícia do RS, delegada Nadine Anflor, e o Chefe da Casa Civil, Otomar Vivian. Na pauta, foram tratadas reivindicações da categoria.

O presidente da ASDEP, delegado Cleiton Freitas, reiterou o desejo de sucesso à gestão, bem como destacou que “temos um sentimento que este mandato é nosso, pois o senhor nos convenceu que seria a melhor opção para governar o Estado, além de ter como seu vice um colega nosso e na Chefia de Polícia a delegada Nadine Anflor”.

Cleiton começou sua fala expondo ao governador as dificuldades enfrentadas pelos delegados no oficio de suas funções em delegacias sucateadas, além das condições de trabalho que, muitas vezes, deixam a desejar. “Há poucos dias, visitei várias delegacias e me deparei com prédios inadequados, tomados por cupins e sem uma estrutura digna aos policiais. Isso cria um sentimento de impotência nos delegados”, disse.

Após, o presidente abordou o tema da recomposição salarial, uma vez que a defasagem chega a 25,52%, acumulada nos últimos anos. “Essa situação nos cria dificuldades para conter os ânimos da classe”, revelou. Outro apontamento feito pelo presidente foi relativo à questão do teto dos servidores gaúchos.

“Por mais que a categoria entenda as dificuldades por que passam as finanças do Estado, é preciso corrigir essa situação o quanto antes, como forma de valorizar a carreira responsável pelo comando das atividades policiais civis, especialmente por se tratar a segurança pública da principal reivindicação da população gaúcha”, ressaltou o presidente.

Finanças do Estado

O governador Eduardo Leite ouviu as reivindicações do presidente e reconheceu a legitimidade de todas, no entanto, observou que o governo precisa achar um equilíbrio para gerir o Estado. “Gostaria de dizer sim tanto quanto fosse possível, mas não dá”.

Sobre as questões estruturais, Leite afirmou que o delegado Ranolfo, no papel de Secretário da Segurança, já está buscando solucionar os problemas para dar condições dignas de trabalho a todos, tendo como foco o cidadão gaúcho.

Com relação à recomposição salarial, o governador disse que a solicitação é válida, mas precisa ser analisada no contexto jurídico e econômico. “Sempre haverá atrito, uma vez que o salário é alto para quem paga e para quem recebe é pouco. Todo mundo está pagando o preço da crise juntos. Somando-se tudo que precisa ser pago neste ano, faltam R$ 22 bilhões no nosso caixa”, revelou.

“Não quero gerar expectativas que eu não posso cumprir, mas isso não interfere na nossa relação. Estamos começando essa relação mais próxima no dia de hoje e vamos produzir outras reuniões de trabalho a partir de agora, pois temos a disposição de conversar com a consciência necessária para o futuro”, afirmou Leite.

Situação dramática

O vice-governador e Secretário da Segurança, delegado Ranolfo Vieira Júnior, declarou que a “situação do Estado é extremamente dramática e não é no estalar de dedos que as coisas vão se resolver. Não temos uma varinha mágica para isso”.

Ranolfo informou aos presentes que a partir da próxima semana será apresentado o plano de segurança para os quatro anos de governo, bem como, em março, será revelado o que deverá ser feito em relação ao sistema prisional gaúcho.

Ao final do encontro, o presidente da ASDEP entregou um ofício ao governador reiterando as reivindicações expostas durante o café da manhã.

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