O Rio Grande do Sul é o maior produtor de uvas e o segundo maior de maçãs do Brasil. A abertura oficial da colheita das duas culturas ocorreu neste sábado (16). O governador Eduardo Leite, o vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior, e o secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, participaram dos dois eventos, em Monte Alegre dos Campos e Vacaria.
A primeira parada foi no pomar José Sozo, em Monte Alegre dos Campos. O Rio Grande do Sul colhe 45% das maçãs brasileiras, segundo a Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi). A área de cultivo é de 14 mil hectares, distribuídos em 26 municípios. As macieiras são a principal fonte de renda para 550 pequenos, médios e grandes produtores. A região dos Campos de Cima da Serra é o grande destaque: concentra 88% da produção gaúcha e 37% da nacional.
O governador reforçou a importância do setor primário e da presença de autoridades na abertura da colheita: “Pra prestigiar o empreendedorismo e a maior capacidade do nosso povo, que é o trabalho. A gente sabe que, especialmente no caso da uva, houve episódios complicados, até com queda de granizo, que afetaram a produção, mas o povo gaúcho, resiliente e com disposição para trabalhar, garante ainda assim uma safra importante. Portanto, a gente está aqui para celebrar essa capacidade de superação e valorizar quem produz para o nosso Estado”.
Maçãs com mais qualidade
Na última safra, o RS colheu 490 mil toneladas. A expectativa para 2019 é um pouco menor: 470 mil toneladas. No entanto, como explica o presidente da Agapomi, José Sozo, que planta maçãs há 30 anos, uma pequena redução no volume não é preocupante porque as frutas ganharam em qualidade: “É uma das melhores safras que eu vi. Uma maçã graúda, que pode ir pra exportação e atende à primeira qualidade do mercado interno. Então, nesse ano, nós vamos remunerar bem o nosso agricultor”. O RS é o maior exportador de maçãs do Brasil. Os principais compradores são a Europa e a Ásia.
Uvas gaúchas também em alta
Depois da maçã, foi a vez da uva. O governador abriu a colheita em Vacaria. Em 2018, o RS colheu 663,2 milhões de quilos, destinados à produção de sucos, vinhos e espumantes, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Quase 30 milhões de quilos só na região dos Campos de Cima da Serra. A safra de 2019 deve ter uma redução de 10%, por causa das chuvas e do granizo.
O secretário Covatti Filho disse que a uva e a maçã são culturas que se destacam e merecem atenção: “Representam o potencial não só da região, mas de todo Estado. Por isso, estamos planejando políticas de governo que possam dar todas as ferramentas para apoiar os setores”.
Os parreirais ocupam quase 50 mil hectares no Rio Grande do Sul, responsável por 90% da produção nacional. A atividade movimenta R$ 3,5 bilhões por ano no estado e envolve diretamente 15 mil famílias de pequenos agricultores. Já são 138 tipos de uva cultivadas.
Novidade para Vacaria
Leite aproveitou a passagem por Vacaria para anunciar a cedência de 90 hectares da área da extinta Fepagro para a ampliação do Distrito Industrial 3 do município. Os trâmites do anúncio, feito há um ano, foram concluídos na sexta-feira (15). “Eu determinei agilidade nesse processo e, portanto, a demanda da prefeitura está sendo atendida. Vai contribuir para abrigar novas indústrias e, consequentemente, gerar desenvolvimento, emprego, renda, enfim, arrecadação para o município e para o Estado, o que ajuda a superar o problema fiscal do governo”, explicou.