A taxa média de desocupação em 2018 foi a maior dos últimos sete anos em 13 capitais do país, na contramão da média nacional, que reduziu de 12,7% em 2017 para 12,3% no ano passado. Além dessas capitais com alta no desemprego, a taxa para Salvador (BA) também subiu em 2018, porém o pico da série histórica segue em 2015 na capital baiana. Foi o que revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada hoje pelo IBGE.
Taxa de desocupação média anual nas capitais (%) – 2018 | |||||
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Porto Velho (RO) | 13,7 | Fortaleza (CE) | 10,8 | Rio de Janeiro (RJ) | 12,6 |
Rio Branco (AC) | 13,9 | Natal (RN) | 13,5 | São Paulo (SP) | 14,2 |
Manaus (AM) | 18,1 | João Pessoa (PB) | 11,9 | Curitiba (PR) | 9,4 |
Boa Vista (RR) | 12,4 | Recife (PE) | 16,3 | Florianópolis (SC) | 6,5 |
Belém (PA) | 13,4 | Maceió (AL) | 16,7 | Porto Alegre (RS) | 9,5 |
Macapá (AP) | 18,2 | Aracaju (SE) | 16,4 | Campo Grande (MS) | 6,6 |
Palmas (TO) | 13,7 | Salvador (BA) | 16,1 | Cuiabá (MT) | 10,0 |
São Luís (MA) | 16,4 | Belo Horizonte (MG) | 12,5 | Goiânia (GO) | 7,0 |
Teresina (PI) | 13,6 | Vitória (ES) | 12,5 | Brasília (DF) | 12,7 |
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua |
O Sudeste foi a região com maior proporção de capitais com recorde de desemprego em 2018, com altas registradas em Vitória (12,5%), Rio de Janeiro (12,6%) e São Paulo (14,2%). Metade das capitais do Norte e dois terços das do Nordeste estão nessa situação. Apenas no Centro-Oeste nenhuma capital apresentou alta na taxa de desocupação.
Também houve aumentos no desemprego em oito regiões metropolitanas. Para o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a comparação entre os dois recortes geográficos dá uma indicação das características dessa desocupação: “percebe-se que o problema é mais forte nos grandes centros urbanos, acompanhando as maiores concentrações da população. É um desemprego metropolitano, bem maior do que no interior do país”.
Mesmo nos estados em que a desocupação caiu entre 2017 e 2018, a situação não melhorou no longo prazo. “Observamos que nenhuma capital ou região metropolitana teve redução na desocupação entre 2014 e 2018. Ao contrário, há aumentos bastante expressivos no período”, explica Cimar.
Para o pesquisador, outro sintoma do problema é a carteira de trabalho, que sofreu queda em todos os estados entre 2017 e 2018. Na comparação mais longa, desde 2014 as quedas são ainda mais expressivas. “Isso revela a qualidade do emprego sendo gerado nos últimos anos. Com a redução da carteira de trabalho e o aumento da informalidade, a contribuição para a Previdência também cai, o que cria problemas mais à frente”, conclui Cimar.