O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede os preços da indústria extrativa e de transformação, caiu 1,05% em janeiro, na comparação com dezembro, e teve o quarto mês seguido de taxas negativas, acumulando queda de 4,16% desde outubro do ano passado. Já nos últimos 12 meses, os preços na indústria subiram 7,99%. Ao considerar apenas a indústria extrativa, houve queda de 8,98% em janeiro, com alta acumulada de 13,82% nos 12 meses, enquanto o setor de transformação caiu 0,67% e acumulou 7,75% em 12 meses.
Das 24 atividades pesquisadas, indústrias extrativas (-0,40 ponto percentual), outros produtos químicos (-0,36 p.p.), alimentos (-0,24 p.p.) e metalurgia (-0,17 p.p.) foram as que mais pressionaram negativamente os preços de janeiro. Dessas, as quedas mais intensas ocorreram nas indústrias extrativas, com -8,98%, e outros produtos químicos, -3,43%.
Minério de ferro, gás natural e minérios de cobre exerceram as principais influências negativas na indústria extrativa, com exceção de óleos brutos de petróleo. “O petróleo está na contramão, porque o Brasil segue o mercado internacional, então o preço aumenta mesmo”, explica o gerente do IPP, Alexandre Brandão.
No caso dos alimentos, a queda foi puxada por resíduos da soja, carne bovina e óleo de soja. A pressão positiva mais influente foi nos preços de leite esterilizado/UHT/longa vida: “houve aumento do preço do leite cru dos agricultores para a indústria, que repassou essa alta. É uma questão de custo mesmo”, diz o gerente do IPP.
Brandão explica que a queda nos preços nos últimos meses é uma consequência da valorização do real frente ao dólar. “Há uma pressão negativa nos preços. Isso é importante em produtos que a gente importa, como adubos, que compõem a atividade de outros produtos químicos”. Entre as grandes categorias econômicas, houve quedas de 0,23% em bens de capital, de 1,62% em bens intermediários e de 0,22% em bens de consumo. Bens de consumo duráveis subiram 0,88% e Bens de consumo semiduráveis e não duráveis caíram 0,58%. O IPP mede a variação dos preços dos produtos na “porta das fábricas”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.