O ditado popular “Quem planta, colhe” está sendo levado a sério na Unidade Básica de Saúde Canudos, em Novo Hamburgo. Entre palestras, oficinas e outras dinâmicas, agora, os 20 integrantes do Grupo de Hiperdia também começam a cultivar ervas fitoterápicas.
Com mudas de manjericão, cebolinha, alecrim, espinheira-santa, hortelã e outras ervas medicinais nas mãos, eles deram início à horta, localizada em um espaço separado para esta finalidade na UBS. Embora a produção seja em pequena escala, a ideia é fazê-la render para o preparo de temperos e chás.
“A horta tem função terapêutica e é uma forma de incentivo a novas práticas em relação ao consumo de alimentos saudáveis, sem falar que é um espaço de interação e difusão de conhecimento”, explica a coordenadora da UBS Canudos, Simone Prass. Proposta que se depender dos participantes tem tudo para dar certo. Da escolha do local, aquisição de terra, mudas aos cuidados, o compartilhamento guia as ações do grupo, que é formado por pacientes hipertensos e diabéticos de todas as idades.
A iniciativa conta com a parceria do projeto Phytos, da Universidade Feevale. Segundo a farmacêutica Daniela Pinhatti, o primeiro passo para a implantação da horta ficou a cargo dos alunos dos cursos de Ciências Biológicas e Farmácia que explicaram as funções das plantas e a importância do uso racional – assim como deve ser com qualquer medicamento – das plantas medicinais. Ainda conforme ela, o uso de plantas medicinais faz parte da cultura dos usuários da unidade.
SAÚDE – “Eu gosto de plantar flores em casa, mas sei que as plantas são grandes aliadas para a saúde. Por isso, é muito importante esse espaço na UBS e toda informação que vão nos passar sobre os benefícios dos chás e temperos”, diz Sueli Porto Dionísio, de 62 anos e que há um ano participa do grupo. Mesmo com uma horta em casa, Ruth Trindade de Araújo, de 69 anos, não se intimidou e inaugurou a horta ao plantar o primeiro pé de cebolinha.
Para julho está programado um curso sobre preparo de chás pelo projeto Phytos e os integrantes do grupo também vão aprender a fazer um tempero com as ervas para substituir ou reduzir o consumo de sal na alimentação. A coordenadora Simone explicou, ainda que uma equipe multidisciplinar atua com o Grupo de Hiperdia. Os encontros acontecem sempre na primeira quarta-feira do mês e são abertos à comunidade.