A saúde feminina transita em torno de alguns grandes mitos, entre eles, a dificuldade em engravidar quando a mulher é diagnosticada com útero retrovertido. De acordo com o ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Fernando Moreira de Andrade, a condição é frequente e não passa de uma mudança anatômica, não interferindo na fertilidade.
A mudança, citada pelo médico, refere-se à posição do útero, que pode ser descoberta em um exame de rotina. Na maioria das vezes, o órgão está voltado para a bexiga, já nos casos de útero retrovertido, esse posicionamento segue em sentido ao reto. “Essa alteração não é considerada uma doença e não traz nenhuma consequência grave ao organismo. Portanto, não há tratamento para reverter o posicionamento do útero”, tranquiliza Andrade.
As mulheres nesta condição, entretanto, podem sentir incômodos ao evacuar ou mesmo durante a relação sexual. Para estes casos, o tratamento é direcionado apenas aos sintomas, seja com medicação, ou mesmo adaptação com a escolha de posições mais confortáveis para o casal no momento da relação.
O especialista lembra que mesmo após engravidar não é preciso ter atenção especial, pois entre os 3 e 4 meses de gestação, com o crescimento do útero, o órgão fica na disposição convencional. “Depois desse período da gravidez, em um ultrassom, é difícil saber se a paciente tem ou não útero retrovertido. Mas é importante salientar que após o parto, o órgão volta a sua posição de origem”, complementa o ginecologista.