Todos os anos, no fim do verão, uma síndrome acomete colônias da abelha Melipona quadrifasciata, mais conhecida como mandaçaia, no Rio Grande do Sul. Em variadas regiões do estado, os insetos apresentam tremores, começam a rastejar, perdem a capacidade de voar e de se mover. Colmeias inteiras chegam a morrer. A mandaçaia é a segunda espécie de abelha nativa mais cultivada no Brasil, mas, apesar de sua inegável importância tanto para a produção de mel quanto para a polinização, ainda é pouco estudada na área acadêmica. Não se tem um registro exato do início dessa síndrome, tampouco se sabe com precisão o número de colônias que vêm sendo afetadas ano após ano. Alguns melipolinicultores (criadores de abelhas sem ferrão, como a mandaçaia) dizem que observam o fenômeno há 50 anos, e há relatos de sintomas semelhantes em abelhas de Minas Gerais e Santa Catarina.
Identificar as causas do adoecimento e da morte dessas mandaçaias é o objetivo da pesquisa de doutorado de Lílian Caesar, aluna do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular da UFRGS. O trabalho é feito em colaboração com cientistas da UFRGS e da PUCRS, além de contar com o apoio de melipolinicultores.